Hugo Dinis, jogador do Leça de Balio (Divisão de Honra da A. F. Porto), conquistou a titularidade na reta final da temporada e devolveu a confiança do treinador com um póquer na última jornada, contra o Gens (4-0).
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Numa temporada "de altos e baixos" como o próprio descreve, Hugo Dinis nunca baixou os braços e trabalhou para chegar em forma à altura das decisões. No primeiro ano ao serviço dos balienses, o extremo foi conquistando o lugar no onze, aos poucos, e foi o grande herói da jornada de encerramento do apuramento de campeão, ao marcar - pela primeira vez na carreira sénior - os quatro golos que valeram o triunfo.
"É uma sensação inexplicável. No final, a minha família estava muito feliz e isso é que me deixa contente. Os meus colegas é que nem sabiam que era capaz de tal coisa", graceja o jogador, de 22 anos, que destaca o segundo golo do "póquer" como o que mais o marcou.
"Recuperámos a bola no nosso meio-campo e corri até à área do adversário. Ainda tentei assisti-lo, mas ele devolveu a bola e só tive de finalizar. Mais do que uma equipa, somos um grupo de amigos, e isso vê-se nestes pequenos detalhes dentro de campo", explica Hugo Dinis, que trabalha como técnico de manutenção na Mercedes, enquanto tem no futebol "um hobbie e um sonho".
Com formação dividida entre vários clubes, entre os quais se destacam Salgueiros e Leixões, o atleta natural de Gondomar deixou o Atlético de Rio Tinto, onde cumpriu três temporadas, para abraçar este novo desafio. Passou de ser titular indiscutível, para ser apenas mais uma opção num "plantel repleto de qualidade", mas lidou bem com a situação.
"A titularidade nesta reta final deu-me a confiança que tinha perdido. Claro que é difícil ficar no banco, mas são decisões que temos de aceitar, porque os meus colegas também trabalham muito e têm bastante qualidade. Fico muito feliz que eles tenham sucesso e o que importa é vencermos, todos juntos".
Na época de estreia em Leça do Balio, foi opção em 33 partidas e marcou por nove ocasiões. A equipa ficou no quinto lugar do apuramento de campeão, da Divisão de Honra, que deixa Hugo Dinis com um sentimento de orgulho, misturado com a crença de que poderiam ter conseguido algo mais.
"A primeira parte da época foi fantástica, ao nível coletivo, mas depois as coisas não correram exatamente como queríamos. Não conseguimos a subida, através desta fase, mas a reformulação dos campeonatos pode dar-nos a promoção na secretaria, vamos ver", revela.
O futuro ainda não está definido e Hugo Dinis não sabe onde vai jogar na próxima época. O que tem a certeza que não vai mudar é o desejo pelo golo e a vontade de fazer o que o torna "mais feliz", que é jogar futebol.