Hugo Vieira, diretor-executivo da academia do clube minhoto, diz que em Portugal só o Benfica é melhor a educar e diplomar jovens craques.
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Trincão, Pedro Neto "e outros que estão aí para ser lançados", entre mais de mil formandos, das escolinhas aos sub-19. Hugo Vieira, diretor-executivo da formação do clube minhoto felicita-se com a enchente renovadora e verifica que, em Portugal, "o Braga é o segundo melhor...".
"Objetivamente, o Benfica é, neste momento, o clube com melhores condições no futebol. E depois, pelo que posso observar, muito honestamente, está o Braga. Basta olhar para as convocatórias das seleções nos últimos tempos", diz Hugo Vieira, bracarense e antigo jogador do clube, defesa central, trinco e sentinela multifacetado, que também vestiu as camisolas do Sporting (campeão em 2000) e da Sampdoria.
Aos 43 anos, o ex-futebolista, que acabou a carreira ao serviço do Beira-Mar, em 2013, coordena a formação do clube minhoto desde 2015 e dirige toda uma estrutura técnica de muitas centenas de pessoas. São 116 colaboradores, de técnicos a funcionários da limpeza ou motoristas, que garantem o funcionamento de 15 equipas de competição, dos infantis aos sub-19, num total de 230 atletas. Isto só na chamada Cidade Desportiva, um brinco da gestão de António Salvador, inaugurado em julho de 2017. Do melhor que há em toda a Europa e que, em Portugal, segundo Hugo Vieira, só tem igual nas instalações do Benfica.
A toda esta estrutura, o Braga junta, ainda, diversos pólos de captação de talentos, com várias escolinhas, como em Valongo, Penafiel, Paredes... Ao todo, são mais de 800 benjamins e traquinas com a camisola dos Gverreiros do Minho.
"Não queremos esta base toda só para ser grande. Mas é evidente que quanto maior for a base de recrutamento mais fácil será encontrar Trincões e Pedros Netos. E é um orgulho para todos os braguistas ver os Trincões desta vida a singrar e a seguir o seu caminho. Eles são o exemplo para os nossos jovens atletas. E é para isso que esta estrutura trabalha, por declarada aposta, como sucede nos últimos anos, e não tanto por necessidade", acrescenta Hugo Vieira, só Hugo, como era conhecido nos relvados, até se distinguir do homónimo, atacante de 31 anos, que também jogou no Braga e que, após anos de emigração, voltou para jogar no Gil Vicente.
Para já, o futebol remete-se à pausa compulsiva, por causa da pandemia de Covid-19. O clube lida como pode com a situação: os jovens jogadores seguem programas de treino à distância e todos têm acompanhamento psicológico para ajudar a ultrapassar os danos emocionais causados pelo isolamento social a que os craques também estão obrigados.
A bola que espere, até porque a Federação cancelou definitivamente todos os campeonatos até aos sub-19, por causa da pandemia. "Temos de acatar. Foi uma decisão sensata. Estamos numa situação complicada e era necessários proteger os jogadores. A saúde está acima de tudo", rematou Hugo Vieira, em videoconferência decorrida nesta tarde de quinta-feira.