O Tribunal do Comércio de Vila Nova de Gaia declarou, na terça-feira, a insolvência do Boavista, cinco horas após ter sido concluído o leilão dos terrenos adjacentes ao Estádio do Bessa, adquiridos por 5,55 milhões de euros, o que inviabiliza a intenção dos axadrezados em travar a venda desse património.
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A partir das 15 horas de terça-feira, o clube foi declarado insolvente, o que poderia ter travado a perda dos terrenos, caso a sentença tivesse sido proferida antes do término do leilão, o que não sucedeu, avançando agora o Boavista com um plano de recuperação.
Os terrenos englobam um parque de estacionamento público subterrâneo e diversos equipamentos desportivos, num total de 22,5 mil metros quadrados de área, com o comprador a herdar também um contrato de exploração de infraestrutura desportiva por 50 anos.
O Boavista tem agora 20 dias para reclamar os créditos da última licitação, cifrada nos 5,55 milhões de euros, em período contínuo, não suspenso durante as férias judiciais, ainda que o limite possa ser transferido para o dia útil seguinte, caso os tribunais se encontrem encerrados nesse momento.
Em comunicado, a Direção do Boavista, presidida por Garrido Pereira, garantiu que a insolvência dará início a uma “nova fase de responsabilidade e abertura, de modo a alcançar a sustentabilidade”.
“Vivemos um momento relevante na história do Boavista. Iniciámos uma nova fase com responsabilidade e abertura — um caminho de recuperação estrutural, essencial para assegurarmos a sustentabilidade do nosso clube. Esta é uma oportunidade de união para sócios, adeptos, simpatizantes e parceiros, pois este clube, além da sua missão social, tem uma identidade que deve ser preservada e potenciada”, pode ler-se na nota oficial.
O órgão das panteras justificou a solução pela necessidade de reorganizar a situação financeira, apontando que o “contexto desportivo e financeiro do clube é de conhecimento público”, e pediu aos associados boavisteiros união em torno do rumo traçado.