Jenni Hermoso, futebolista do Pachuco e da seleção espanhola, em entrevista à GQ Espanha, voltou a comentar o polémico beijo não consentido de Luis Rubiales, antigo presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, nos festejos da conquista do Mundial de futebol feminino, na Austrália.
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Jennifer Hermoso, futebolista de 33 anos, rompeu o silêncio e voltou a comentar toda a polémica que envolveu o beijo não consentido de Luis Rubiales, nas celebrações da conquista do Campeonato do Mundo de futebol feminino, na Austrália. Em entrevista à GQ Espanha, revista que a elegeu como Mulher do Ano, a atleta confessou que sofreu, e ainda sofre, com os acontecimentos de 20 de agosto.
“Tive de assumir as consequências de um ato que não provoquei, que não escolhi, que não premeditei. Cheguei a receber ameaças e isso é algo a que nunca de acostumas. O facto de ter de o contar uma e outra vez também me está a prejudicar muito. Mas sei que tinha de o soltar, de alguma maneira. Continuo a trabalhar nisso, com a ajuda da minha psicóloga”,sublinhou a avançada espanhola.
Fruto do movimento “#SeAcabó”, que se propagou um pouco por todo o mundo do futebol, Jenni Hermoso protagonizou uma mudança de paradigma “justa e necessária” na luta pelo feminismo.
“Com tudo o que aconteceu, acho que muitos de nós nos tornamos mais conscientes do que a palavra ‘feminismo’ realmente significa. No futebol vivemos de perto o que é a luta pela igualdade. Sempre se disse que queríamos ganhar o mesmo que os homens e isso não era verdade. Queríamos simplesmente o mais básico: ter um salário mínimo, ser respeitadas e ter a oportunidade de fazer algo muito grande. Assim que conseguimos, ganhámos um Mundial”, sublinha.
“Quero ser lembrada como uma pessoa que quis deixar Espanha no topo, mas, acima de tudo, como alguém que tentou mudar muitas mentalidades. Felizmente ou infelizmente, existe esta história, mas vou aprender a aproveitá-la de forma positiva para lutar por aquilo que acredito ser bom para a sociedade”, concluiu a avançada do Pachuca, emblema da liga mexicana.
Em outubro, na sequência do caso que ainda hoje permanece em tribunal, o comité disciplinar da FIFA proibiu Luis Rubiales de exercer qualquer tipo de atividade relacionada com o desporto-rei, durante três anos.