Alteração de sistema parou PSV que só dominou após a expulsão. Mesmo com dez, a águia revelou solidez defensiva e teve um guarda-redes intransponível
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No jogo mais importante da história recente do clube, o Benfica segurou a vantagem preciosa (2-1) conquistada em Lisboa e, mesmo em inferioridade numérica durante mais de uma hora, susteve o nulo perante o PSV e garantiu a entrada na fase de grupos da Champions e um bolo de mais de 37 milhões de euros nos cofres da SAD.
Um golpe estratégico de Jorge Jesus, que mudou o 3x4x3 para o 3x5x2, com um triângulo no meio-campo capaz de anular o coração da máquina ofensiva neerlandesa. Depois a segurança do guarda-redes Vlachodimos, com várias paradas, revelaram-se decisivas numa equipa sólida defensivamente, organizada, solidária e unida nos momentos de maior tensão.
Após suster e nunca deixar o PSV acelerar o jogo, através desse bloqueio estratégico, os encarnados não perderam o norte durante mais de uma hora em inferioridade, por expulsão de Lucas Veríssimo, e gelaram Eindhoven e o PSV. A equipa dos Países Baixos saiu do campo sem marcar - antes fizera 25 golos em oito embates.
Além da vertente financeira, o apuramento "compra" também mais tempo de tranquilidade para os atuais órgãos sociais e dá força ao presidente Rui Costa, caso avance para o ato eleitoral.
Jesus surpreendeu com a entrada de Taarabt no lugar de Pizzi. Uma alteração que mudou a face das águias com um triângulo no meio-campo - Taarabt, João Mário e Weigl - que susteve o trio contrário. A estratégia teve o condão de amarrar o adversário, inibir a sua forte química e equilibrar o embate na primeira meia hora, além de esvaziar o balão de euforia que se sentia no Philips Stadion.
Rafa podia ter escrito história, na melhor ocasião, nesse período, mas o remate foi intercetado. Com a discussão atada, Lucas Veríssimo borrou a pintura numa entrada imprudente sobre Gakpo e viu o segundo amarelo logo aos 32 minutos.
A expulsão abriu uma nova batalha de uma hora com o adversário dominante e a criar a primeira oportunidade parada por Vlachodimos.
Rafa recuou e Gilberto fez de terceiro central até à entrada de Vertonghen. Apesar do domínio também consentido e devido à vantagem numérica, os encarnados não perderam o equilíbrio e mantiveram os caminhos da baliza tapados. Zahavi, após uma perda de Morato, falhou o que parecia inevitável e acertou na barra sem Vlachodimos na baliza.
Roger Schmidt e Jesus refrescaram as equipas na tentativa de ganhar superioridade. Os neerlandeses aproximaram-se da fortaleza benfiquista e tentaram o assalto à bomba, só que a lei de Vlachodimos imperou perante Sangaré e Ramalho. O grego revelou-se intransponível e guardou o melhor para o final, quando parou um duplo remate de Vertessen para desespero do belga.