João Almeida fez um balanço da Volta a França e avançou que será um dos líderes da UAE Emirates para a Volta a Espanha. "Penso que vou chegar bem e tentar lutar pela corrida", afirmou, numa entrevista ao jornal espanhol "Marca".
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João Almeida (UAE Emirates) tem sido um dos protagonistas da mais recente Volta a França. Numa edição recheada de ciclistas de grande craveira, o português, natural das Caldas da Rainha, tem sido um verdadeiro Robin no apoio a Pogacar para destronar a concorrência, juntando a isso um quarto lugar na geral. O trabalho em prol da equipa não tem passado despercebido aos seguidores da modalidade, que, entusiasticamente, elogiam diariamente o português.
Apesar do excelente papel como gregário de luxo, o ciclista português não é descartado como líder para outras provas do calendário. Em entrevista à "Marca", João Almeida abriu o jogo e confirmou que será um dos chefes de fila para a Volta a Espanha, que se realiza em agosto.
"Sim, Yates e eu seremos os líderes da equipa. O plano é irmos os dois. Temos de recuperar bem do Tour, mas penso que vou chegar bem e tentar lutar pela corrida", avançou.
O ciclista português há muito é conhecido pela capacidade estoica para renascer das cinzas em momentos delicados, contudo, nesta edição da Volta a França, essa caraterística tem sido muito evidenciada por quem acompanha a modalidade. "Sempre fui assim e é uma das coisas que me definem. No fundo, é uma questão psicológica. Considero-me psicologicamente forte, resistente e acho que essa é uma das minhas vantagens", referiu.
João Almeida mostrou-se satisfeito com o trabalho que está a realizar em prol da vitória na geral do esloveno Tadej Pogacar: "Ele é um dos ciclistas mais importantes da história. Fazer parte disto é especial. Sinto-me bem quando faço este trabalho. Ele lembra-se sempre de mim e isso é muito bom. Fico feliz", assinalou.
O ciclista português, de 25 anos, considera, ainda, "quase impossível" lutar no futuro por uma Volta a França quando se tem ciclistas como Tadej Pogacar na fileira. "Posso melhorar muito, há muitas coisas que ainda posso melhorar, mas penso que estar ao nível que eles estão agora não se consegue de um dia para o outro. Talvez um ano eu faça o Giro e a Vuelta e vá ao Tour, mas ainda temos o Vingegaard e o Remco que são bastante fortes. Não é fácil", abordou.
Muito se fala de um possível top-3, mas, sem histerias, João Almeida realça que uma entrada no pódio da geral não será fácil, nem um propósito. "O objetivo é ganhar a Volta com Pogacar e defender estes dias até Nice. Se tudo correr bem e eu conseguir subir uma posição, perfeito, mas estou um pouco longe. As minhas sensações não são as melhores para lutar por um pódio", considerou.