João Almeida mostrou-se “muito contente” após tornar-se no primeiro ciclista português a conquistar a Volta ao País Basco, elogiando o trabalho da sua UAE Emirates ao longo da prova espanhola.
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“Estou muito contente. A equipa fez um trabalho muito bom. A verdade é que fizemos tudo de forma perfeita e estou muito agradecido pelo que fizeram por mim. Já está, venha a próxima”, declarou após vencer a sexta e última etapa, consumando o triunfo na geral.
O ciclista de A-dos-Francos, de 26 anos, subiu hoje ao pódio final da Volta ao País Basco como vencedor, depois de ter somado o segundo triunfo em etapas nesta edição no final dos 153,4 quilómetros com partida e chegada em Eibar.
Almeida concluiu a tirada em 03:56.54 horas, o mesmo tempo gasto pelo segundo, o espanhol Enric Mas (Movistar), que terminou como vice-campeão, a 01.52 minutos. O terceiro da geral foi o alemão Maximilian Schachmann (Soudal Quick-Step), a 01.59.
“Estivemos superfortes, fizemos aquilo que tínhamos planeado fazer”, disse sobre a etapa, na qual atacou duas vezes, a última das quais a 19 quilómetros da meta, e foi ‘eliminando’ a concorrência.
No final, com a chegada da chuva, a etapa “tornou-se um pouco perigosa” e Almeida não quis correr riscos.
“Ainda bem que estava numa posição ‘segura’, na frente. […] O ritmo foi muito elevado durante toda a jornada, foi uma etapa muito dura. Penso que foi ‘a’ etapa das etapas aqui na Itzulia”, salientou.
Na aproximação à meta, o português ficou sozinho com Mas, com o espanhol a chegar mesmo a pedir-lhe para ‘entregar-lhe’ a vitória na etapa, algo que o líder da UAE Emirates recusou.
“Tentei fazê-lo descolar nos últimos cinco quilómetros, mas ele estava muito forte. Segui a roda dele, puxei na frente uma ou duas vezes. Também já estava no meu limite, mas penso que a minha equipa merecia outra vitória, assim como eu”, explicou.
Melhor voltista português da atualidade e um dos melhores de sempre, atrás de Joaquim Agostinho, Almeida, que também ganhou a quarta etapa da Itzulia, conseguiu o melhor triunfo da carreira.
“Senti-me bem. O percurso não era perfeito para mim, mas fiz tudo o que podia, dei tudo. No final, ganhámos e estou muito contente. Mesmo que não tivéssemos vencido, tínhamos dado tudo. Temos de acabar satisfeitos, ainda por cima com uma vitória”, resumiu na ‘flash-interview’.
O ciclista da UAE Emirates tem outras duas vitórias em gerais entre as 17 do seu currículo, nomeadamente na Volta a Polónia, do escalão WorldTour, e na Volta ao Luxemburgo, ambas em 2021.
A Volta ao País Basco, no entanto, integra o lote de sete principais corridas por etapas do WorldTour, para além das grandes Voltas, juntamente com o Paris-Nice, o Tirreno-Adriático, a Volta à Catalunha, a Volta à Romandia, o Critério do Dauphiné e a Volta à Suíça.
“[Esta vitória] significa muito. Faço tantos sacrifícios, é difícil ser ciclista profissional atualmente, com o nível elevado que há [no pelotão]. Penso que o maior triunfo da minha carreira, espero que seja uma mais entre muitas”, concluiu.
Este ano, o terceiro classificado do Giro2023 já tinha sido segundo na geral da Volta ao Algarve, atrás do bicampeão do Tour (2022 e 2023) Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike), e na Volta à Comunidade Valenciana.