O ciclista português conseguiu, este domingo, aos 23 anos, o maior triunfo da carreira ao vencer a Volta à Polónia. Desde Rui Costa (Volta à Suíça em 2012, 2013 e 2014) que um português não vencia uma prova do World Tour.
Corpo do artigo
Há muito considerado uma promessa, João Almeida deu mais um passo rumo a provar - se provas fossem ainda precisas - que é uma certeza. O ciclista de Caldas da Rainha conseguiu, esta tarde, o maior feito da carreira até então, ao vencer a Volta a Polónia.
Almeida terminou a última etapa, uma tirada plana de 145,1 km entre Zabrze e Cracóvia na 29.ª posição, com o mesmo tempo do vencedor, o holandês Julius van den Berg (EF Education - Nippo), que cronometrou 02:58.46 horas. O português conclui, assim, a Volta à Polónia com o tempo de 26:15.53 horas, com 20 segundos de vantagem sobre o esloveno Matej Mohoric (Bahrain) que foi segundo, e 27 em relação ao polaco Michal Kwiatkowski (INEOS).
1426949531434995717
A bonita e ainda breve história no ciclismo, numa carreira que só ainda está no início, começou a ser escrita em 2020, na Volta a Itália. João Almeida, campeão nacional de contrarrelógio, conquistou a camisola rosa na terceira etapa, igualando o feito de Acácio Silva em 1989, até então o único português a ter conseguido liderar a geral, e vestiu um país inteiro de rosa.
O ciclista segurou a camisola durante 15 dias, tornando-se no sub-23 a passar mais tempo no lugar mais alto da classificação geral e terminou a prova no quarto lugar, conseguindo a melhor classificação portuguesa de sempre na prova italiana, deixando para trás José Azevedo, em 2001, quando terminou em quinto lugar e Acácio Silva, sétimo classificado em 1986.
Em 2021, outro feito. Pode não ter, desta vez, conseguido vestir a camisola rosa e continuar sem vencer nenhuma etapa no Giro, mas conseguiu uma excelente recuperação que não é para todos.
João Almeida começou o Giro de uma forma prometedora, com um grande contrarrelógio que valeu um quarto lugar na geral, mas as coisas não foram correndo tão bem com o passar das etapas.
Desde uma tirada falhada na chegada a Sestola à Deceuninck Quick-Step a trabalhar Remco Evenepoel, que passou a líder, João Almeida terminou a primeira semana em 42.º lugar, a 5.38 do líder, Egan Bernal. Na segunda semana conseguiu subir a 14.º mas foi mesmo nos últimos dias que protagonizou uma recuperação incrível, que lhe permitiu terminar a Volta a Itália com grande nível.
Já sem Evenepoel, que acabou por desistir, Almeida conseguiu um sexto lugar em Cortina d"Ampezzo, chegar a segundo em Sega di Ala, ser segundo classificado em Alpe di Mera e quinto em Valle Spluga-Alpe Motta. O português conseguiu diminuir distâncias para alguns dos adversários diretos e chegou à última etapa ainda a sonhar com um possível top-5.
Na 21.ª e última etapa, João Almeida completou o contrarrelógio de 30,3 quilómetros entre Senago e Milão a 27 segundos do vencedor, o italiano Filippo Ganna (INEOS), que precisou de 33.48 minutos. O português da Deceuninck-QuickStep acabou o Giro em sexto lugar, a 53 milésimos do quinto, na consagração de Bernal.
Este domingo, foi mesmo a vez de Almeida conseguir o feito. Venceu a Volta à Polónia - e duas etapas -, depois de ter conseguido a camisola amarela na segunda etapa, e despede-se da melhor forma da Deceuninck-Quick Step, já que, a partir de 2022, João Almeida vai alinhar pela Emirates, equipa com a qual assinou um contrato de cinco épocas.
Que continue a fazer história.