Artem Smirnov e Denys Molchanov adiaram o apuramento de Portugal, ao serem superiores a João Sousa e Gastão Elias no encontro de pares da segunda eliminatória do grupo I da zona euro-africana da Taça Davis.
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O duo ucraniano fez um encontro extraordinário e colocou o resultado da eliminatória em 2-1, depois de vencer os dois melhores tenistas nacionais, por 5-7, 6-1, 6-3 e 6-4, e evitou que Portugal garantisse já hoje o acesso ao "play-off" do Grupo Mundial.
Apostado em adiar o desfecho da eliminatória para domingo, Andrei Medvedev substituiu o estreante Illia Biloborodko pelo número um nacional Artem Smirnov, que, depois de ter exibido um ténis de alto nível frente a Gastão Elias, no primeiro singular, voltou ao "court" coberto do Club Internacional de Foot-Ball (CIF), em Lisboa, para fazer dupla com Denys Molchanov.
E a opção do carismático selecionador da Ucrânia mostrou ser a mais acertada, já que a batalha entre os dois melhores jogadores de cada país teve o equilíbrio como toada, com os dois pares a não concederem qualquer oportunidade para quebra de serviço até ao nono jogo do primeiro "set".
Com João Sousa a servir, com 4-5, no marcador, a equipa visitante dispôs de um "set point", que Gastão Elias anulou com um "winner". O 'Mágico' estava oficialmente de volta, com o número dois nacional a encarreirar três pontos espetaculares consecutivos para salvar Portugal de apuros.
A adrenalina do "break" anulado motivou o duo nacional, que, logo de seguida, conseguiu quebrar o serviço de Molchanov. Com Elias a servir para fechar o "set", Sousa complicou, mas o "motor" do par nacional resolveu os problemas com serviços colocados e completou a vitória no parcial, por 7-5, com uma esquerda ao longo da linha.
Quando parecia que a dupla lusa estava bem encaminhada para o triunfo, o impensável aconteceu: Sousa permitiu o "break" no segundo jogo e Elias imitou-o no quarto, com Portugal a perder o "set" por 6-1. O "pesadelo" prosseguiu no parcial seguinte, mais por mérito dos adversários, sobretudo de Molchanov, extraordinário na rede, ou não fosse ele um especialista de pares - foi 72.º do "ranking" de duplas no ano passado e ocupa atualmente a 125.ª posição, uma classificação bem melhor do que a que ostenta em singulares (759.º).
Depois de sofrerem o "break" no terceiro jogo, os tenistas nacionais, menos entrosados e comunicativos do que é costume, procuraram, sem sucesso, devolver a quebra de serviço, acabando mesmo por ser a Ucrânia a consegui-lo, para conquistar o terceiro "set" por 6-3.
No início do quarto parcial, Portugal dispôs de um "break-point", mas a Ucrânia anulou-o sem piedade e 'vingou-se' no jogo seguinte, adiantando-se para 3-1. Mas o duo nacional não desistiu e, depois de um jogo de muita garra, fez o "contra-break". A 'audácia' portuguesa foi punida no jogo seguinte pelos ucranianos, que, com pontos bem colocados, conseguiram nova vantagem.
Sem meios para contrariar a superioridade dos adversários, os jogadores lusos desanimaram, com Elias a soltar um "é impressionante, [a bola] é sempre na linha". Mas, quando Molchanov servia para fechar o encontro, Portugal soube aproveitar o serviço mais fraco do especialista em pares e reduziu para 4-5. Com Elias no serviço e Molchanov na rede, foi o ucraniano a ganhar o duelo, fazendo o 2-1 para a sua seleção, depois de duas horas e 43 minutos de encontro.
Ficou assim adiado o apuramento de Portugal, que, no domingo, dependerá novamente de Sousa e Elias, que enfrentam, respetivamente, Smirnov e Mykyta Mashtakov, para conquistar o terceiro e decisivo ponto que permita à seleção nacional avançar para o "play-off" de acesso ao Grupo Mundial pela segunda vez na história.