Portugueses não chegaram ao fim da prova que abriu o sexto dia dos Mundiais de atletismo em Budapeste
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João Vieira, na prova masculina, e Inês Henriques, na feminina, desistiram da prova de 35 km marcha dos Mundiais de Budapeste, disputada esta quinta-feira de manhã.
"É bastante duro, para quem pensava terminar a prova com um excelente resultado. Não me senti muito bem no aquecimento, fiquei um pouco mal disposto, senti-me bastante cansado durante a competição e não deu para prosseguir porque entrei num estado de exaustão acentuada", explicou o marchador português.
O veterano atleta de 47 anos abandonou a prova depois de ter cumprido sete quilómetros no circuito citadino de Budapeste, após pouco mais de meia hora, quando seguia a 2.24 minutos da liderança.
"Fadiga, o sistema nervoso não funcionou e vomitei após o aquecimento, tudo isso contribuiu para o mau dia de hoje, mas tenho de levantar a cabeça. Já são muitos anos e quero continuar a dar alegrias ao povo português e é isso que vou continuar a fazer", prometeu.
O atleta do Sporting admitiu ter-se ressentido do esforço da prova dos 20 quilómetros, disputada no sábado passado, após a viagem atribulada de Lisboa, com pernoita forçada em Frankfurt, na Alemanha.
"A aposta era fazer um bom resultado nos 20 quilómetros, porque só vai haver essa distância nos Jogos Olímpicos Paris2024, mas com as condições que tive de viagem, falta de descanso e abastecimentos sem serem os apropriados, numa prova em que tive esforços bastante intensos, paguei a fatura agora nos 35", recordou João Vieira.
Quanto a Inês Henriques, abandonou após 14 quilómetros, quando seguia a 6.44 minutos da liderança. "Foi um dia duro e um dia triste, porque queria terminar. Por mim, pelo meu treinador de sempre [Jorge Miguel], que infelizmente não pôde estar por doença, pela minha família, por todo o apoio que me tem dado, e por ser a última prova de 35 quilómetros", afirmou a atleta natural de Rio Maior, aludindo à retirada da distância do programa olímpico para Paris 2024.
"Procurei ser prudente, mas o meu corpo não reagia. Ainda era muito cedo, ainda faltava muito, eu parei, tentei retomar, mas não reagia, e, quando o corpo não responde, a cabeça também não deixa. É uma bola de neve e não conseguimos sair dali", resumiu.