Uma bolada na barriga foi o ponto de partida para que um problema no ovário fosse detetado. Seguiu-se um cancro no útero. Mas um ano depois, Daniella Serrão, jogadora do Marítimo, voltou à competição. Uma história de superação.
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A mãe de Daniella Serrão costuma dizer que não se importa que houvesse muitas boladas como aquela que conduziu à descoberta do cancro da filha há um ano. A barriga começou a inchar a partir dali, e nunca mais parou, até o desconforto levá-la a falar com o massagista do Marítimo, num jogo em Santa Maria da Feira. No regresso à Madeira foi logo conduzida ao hospital e o diagnóstico não tardou: aos 16 anos, tinha cancro no ovário esquerdo. "Reagi muito mal", confessou Daniella, ao JN, depois de ter voltado a competir no fim de semana passado pela equipa de sub-19 frente ao União de Almeirim. "Não queria fazer os tratamentos, rejeitei aquilo tudo. Mas o apoio da minha família, dos meus pais, das minhas colegas de equipa e da Érica Costa ajudaram-me a aceitar a doença. Mas passado uns meses, o cancro já tinha passado para o ´útero", acrescentou a jogadora de 17 anos.
Seguiu-se uma pausa no futebol, porque os tratamentos no no hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, impediam-na de treinar. "Fazia quimioterapia, foi muito violento. Tinha uma semana de tratamento e parava outras duas, antes de retomar com nova sessão. Mas nas semanas sem tratamento não tinha força, nem para sair de casa, quanto mais para treinar. Só ao fim de semana é que saía de casa para ir ver os jogos e acompanhar as minhas colegas", contou. Daniella sentia-se apoiada nesses dias. "Quando via a equipa jogar era como se nada me tivesse acontecido, esquecia tudo, era só eu e o jogo. Mas hoje tudo valeu a pena. Se não levo aquela bolada, talvez ainda nem soubesse que tinha cancro", reconheceu.