Jogadores do F. C. Porto defendem continuidade de Jesualdo, que não desvenda futuro
Os jogadores do FC Porto defenderam hoje a continuidade de Jesualdo Ferreira à frente da equipa, depois da conquista da Taça de Portugal de futebol frente ao Desportivo de Chaves, por 2-1.
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"Se a pergunta fosse só para mim, eu mantinha-o na próxima temporada. Quem ganha três títulos nacionais em quatro anos é sem dúvida um grande treinador. É também uma grande pessoa, que sempre me ajudou bastante. Estou muito grato a ele. Não sei se vai ficar ou não, mas, se não ficar, desejo-lhe tudo de bom", afirmou Hulk.
Para Miguel Lopes, Jesualdo Ferreira foi "o melhor treinador" com quem trabalhou, agradecendo a confiança que lhe confiou.
"Quero que fique, porque foi muito importante para mim. Ganhámos muitas coisas juntos, vivemos bons e maus momentos. Espero apenas o melhor para ele e para o clube", referiu o uruguaio Jorge Fucile.
Já Álvaro Pereira preferiu não se meter num assunto que "cabe a direção decidir".
"Parece que não me querem aqui"
O treinador do FC Porto não revelou, após a conquista da Taça de Portugal de futebol, frente ao Desportivo de Chaves, se vai deixar o comando técnico dos "dragões", preferindo elogiar as duas equipas que disputaram a final.
Jesualdo Ferreira, que falava em conferência de imprensa após o triunfo sobre os transmontanos (2-1), deixou mesmo a sala de forma repentina, perante a insistência dos jornalistas sobre o seu futuro.
"As minhas questões pessoais resolvo-as eu, com a entidade patronal, que neste momento é o FC Porto. Não há mais nada a dizer sobre essa matéria, sobre esse 'filme'. Dá-me ideia que vocês não me querem mesmo aqui", afirmou.
Sem adiantar pormenores sobre a possível continuidade ao serviço dos portistas, Jesualdo Ferreira deu primazia ao encontro que ditou a conquista da 15.ª Taça de Portugal na história do clube, deixando elogios ao adversário.
"Quero dar os parabéns ao Desportivo de Chaves. Tiveram uma prestação muito boa, foi uma equipa que soube jogar a final da Taça de Portugal. Chegou com mérito e dignidade à final", referiu o treinador, criticando a forma como a sua equipa geriu a vantagem no segundo tempo.
O técnico, de 63 anos, considerou que os transmontanos criaram mais problemas "na segunda parte", perante o "mau jogo e má gestão" dos portistas, que deveriam "ter construído um resultado definitivo" na primeira parte.
"Permitimos que o Chaves fosse mais equipa nessa altura. Acabou por ser um resultado que se ajustou ao que se passou na primeira e na segunda parte", disse, antes de criticar a comunicação social pela forma como tratou a final da Taça de Portugal.
"Não podemos deixar de promover uma final. Hoje estive aqui com alguma mágoa, porque a comunicação social não promoveu este espectáculo. Estou espantado. Gostava de ter visto maior respeito pelo FC Porto e pelo Desportivo de Chaves", salientou Jesualdo Ferreira.
Tulipa elogia colectivo
Do lado do Desportivo de Chaves, o treinador Manuel Tulipa não estava contente com o resultado, mas elogiou o "desempenho colectivo" da sua equipa, bem como o grande número de adeptos transmontanos que se deslocaram ao Jamor.
"Não fiquei contente com o resultado, mas fiquei muito feliz pelo desempenho colectivo da minha equipa e pelos adeptos. Fizemos uns primeiros 15 minutos muito bons, a surpreender o FC Porto e essa confiança acabou por nos atraiçoar", adiantou Tulipa.
Para o técnico, de 37 anos, "a equipa perdeu-se na primeira parte", confessando que faltou experiência aos seus jogadores e revelou que a descida de divisão deixou marcas nos atletas.
"Hoje, os jogadores sentem um dissabor muito grande pelo que não conseguiram fazer na Liga de Honra", afirmou, lamentando a ausência do avançado Carlos Pinto, "um jogador que finaliza muito bem as acções".