O último fim de semana ficou marcado, no futebol brasileiro, por cenas de violência em jogos do Brasileirão e da Série B, que culminaram em invasões de campo por parte de adeptos. Confederação Brasileira de Futebol pede "medidas duras" aos tribunais.
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O jogo da Série A entre o Ceará e o Cuiabá, treinado pelo português António Oliveira, foi interrompido no tempo de compensação após a invasão do terreno de jogo por parte de centenas de adeptos da equipa da casa que fugiam dos tumultos que se verificavam nas bancadas.
Algumas pessoas, incluindo crianças, tiveram de receber assistência médica. Os jogadores foram obrigados a fugir para o balneário e a polícia utilizou balas de borracha.
Na conferência de imprensa após a partida, António Oliveira defendeu que "o futebol não é isto, é paixão, é amor, nunca terá espaço para violência".
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Na Série B, houve nova invasão de campo por parte de adeptos, depois de Raniel ter marcado o golo que valeu o empate ao Vasco da Gama na casa do Sport Recife já para lá do minuto 90, de grande penalidade.
O jogador seria expulso na sequência do lance, por ter tirado a camisola durante os festejos e por "provocar a claque adversária na comemoração do golo", segundo se pode ler no relatório do árbitro, a que o sítio "Globo Esporte" teve acesso.
O encontro esteve interrompido durante cerca de 50 minutos, até que o árbitro, Raphael Claus, decretou o seu final, por considerar não estarem reunidas as condições de segurança necessárias para o seu reatamento.
No seu relatório, o juiz relata agressões de adeptos do Sport Recife a jogadores do Vasco da Gama, que rapidamente recolheram ao balneário. Dois bombeiros foram igualmente agredidos.
O Sport arrisca um castigo que pode chegar aos 10 jogos à porta fechada.
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O presidente da Confederação Brasileira de Futebol já reagiu aos tumultos deste fim de semana. Ednaldo Rodrigues mostrou-se "indignado" e disse esperar que "o Superior Tribunal de Justiça Desportiva tome medidas duras".
"Colocamo-nos no lugar dos pais daquela criança desmaiada em Fortaleza. Aguardamos que punições drásticas sejam tomadas pelo tribunal. O futebol brasileiro não tem mais espaço para a violência e o retrocesso", vincou o dirigente.