Gestifute intermediou transferências para o estrangeiro no valor total de 1,6 mil milhões de euros. É o que fatura a Galp num ano.
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A pandemia veio afetar ainda mais as finanças dos clubes portugueses. E se o cenário não está mais negro, isso deve-se também à Gestifute, empresa de Jorge Mendes que, de 2002 para cá, segundo o levantamento feito pelo JN, assegurou a entrada de 1652,6 milhões de euros nos cofres dos clubes portugueses, só com transferências de jogadores para o estrangeiro.
Olhando para os casos mais recentes, os que geraram liquidez para a época que se vai agora iniciar, a empresa do superagente português garantiu encaixes significativos a F. C. Porto, Benfica, Sporting e S. C. Braga para combater os efeitos da covid-19.
A transferência de Fábio Silva, do F. C. Porto para o Wolverhampton, foi feita por 40 M€, sendo que o jovem atacante tornou-se no terceiro jogador de 18 anos mais caro da história. Outro recente "troféu" no currículo da Gestifute foi a venda de João Félix, do Benfica para o Atlético Madrid, por 127 M€, o que representa o maior encaixe de sempre na nossa Liga.
No Sporting, a empresa de Jorge Mendes também participou na maior transferência da história do clube, a de Bruno Fernandes, em janeiro, dos leões para o Manchester United, por 55 M€ mais 25 M€ em variáveis. No S. C. Braga, os 31 M€ pagos pelo Barcelona por Trincão também representam o maior negócio de sempre dos minhotos. E contaram com os serviços do agente.
Em alguns casos da longa lista elaborada pelo JN, os jogadores transferidos para fora são representados pela Gestifute, noutros a empresa só entra em ação para intermediar o negócio, fruto da confiança que lhe é atribuída também pelo clube comprador. E aqui não estão contabilizados objetivos atingidos ou valores referentes ao mecanismo de solidariedade, em vendas posteriores.
Por norma, a Gestifute cobra 10% do valor da transferência, mas às vezes, quando a proposta atinge objetivos previamente definidos ou há dívidas antigas por saldar com o clube vendedor, esse valor pode aumentar. No caso de Fábio Silva, a empresa ganhou sete milhões de euros, o que representa 17,4%. Certo é que estes negócios são escrutinados e tributados em Portugal e geram riqueza para o país. Como termo de comparação, refira-se que as exportações da Galp já atingiram os 1,7 mil milhões de euros num ano.