Sérgio Pina, presidente da Federação Portuguesa de Judo, reconhece a "situação gravíssima" da entidade, depois da suspensão aplicada pela Federação Internacional de Judo. Dívidas rondam os 800 mil euros e o dirigente pede ajuda ao Governo e ao Comité Olímpico.
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Uma dívida de 800 mil euros, referente aos Grand Prix de 2023 e 2024 e ao Campeonato do Mundo de Juniores, levou a Federação Internacional de Judo (FIJ) a suspender a Federação Portuguesa de Judo (FPJ), mas a participação dos atletas portugueses nas grandes competições está garantida, a começar já no próximo Mundial, que decorrerá em Budapeste (Hungria), entre 13 e 18 de junho.
“A participação dos atletas não está em causa, mas não irão competir com a bandeira de Portugal, mas sim sob égide da FIJ. Se houver algum medalhado de ouro, não tocará o hino de Portugal, mas o hino da FIJ”, explica Sérgio Pina, presidente da FPJ, ao JN.
Jorge Fonseca (-100 kg), Patrícia Sampaio (-78 kg), Catarina Costa (-48 kg), Miguel Gago (-66 kg), Otari Kvantidze (-73 kg) e Taís Pina (-70 kg) são os judocas portugueses selecionados para o Campeonato do Mundo.
Reconhecendo a “situação gravíssima” que a Federação Portuguesa de Judo atravessa, o dirigente que está no cargo desde dezembro de 2022 e foi reeleito em dezembro do ano passado, diz não ter ficado surpreendido com a suspensão. “Soubemos que o processo tinha ido para a Comissão de Disciplina. Entretanto, respondemos, mas decidiram que iríamos ficar suspensos”, resume Sérgio Pina, adiantando que a suspensão “é válida por um ano”, a não ser que a dívida seja saldada antes.
Neste sentido, o presidente da FPJ está a tentar obter apoios financeiros, de maneira a conseguir “uma injeção de capital” que resolva o problema.
“Estamos a pedir ajuda aos órgãos oficiais. Já falámos com o IPDJ (Instituto Português do Desporto e Juventude), com a Secretaria de Estado do Desporto e com o presidente do Comité Olímpico, Fernando Gomes, a ver se algum deles pode ajudar. Iremos recorrer a toda a gente que seja possível, não iremos parar”, sublinha Sérgio Pina, acrescentando que também “está a ser elaborado um plano de pagamento” para apresentar à Federação Internacional de Judo.