Julio Velázquez, treinador do Vitória de Setúbal, mostrou-se bastante agastado por toda a situação que envolve plantel, critica o não adiamento do jogo com o Sporting e diz que não quer "fazer uma figura de merda".
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O técnico sadino afirmou, esta sexta-feira, em conferência de Imprensa, que o plantel não está em condições físicas de entrar em campo este sábado para defrontar os leões. "Neste momento não tenho equipa, está morta. Não estamos em condições de fazer um jogo de futebol profissional. Não estamos em condições de jogar com o Sporting", salientou Julio Velázquez, frisando: É uma situação excecional, particular e muito grave. Não queremos fazer uma figura de merda. Numa situação excecional temos de encontrar uma solução. Para mim é igual ganhar perder ou empatar, mas não vou colocar em risco a situação dos meus jogadores. Jogar amanhã? Tenho uma equipa de merda".
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O treinador esclareceu como os jogadores foram adoecendo ao longo da semana: "Quero aproveitar para falar sobre o assunto com muita sinceridade e frontalidade. A realidade é que na semana passada fizemos quatro treinos em Troia e frente ao Famalicão um jogador não estava bem, mas no dia anterior ao jogo ficou mais ou menos e esteve no banco. Depois dessa partida, Sílvio e outros jogadores também ficaram mal. Jogámos com quatro jogadores com febre e em nenhum momento, antes ou depois, falei sobre isso. No treino de terça-feira tinha 10 jogadores de campo. Na quarta-feira tínhamos 14 jogadores e guarda-redes. Na quinta-feira disse que era preciso falar com a Liga e com o Sporting para arranjar uma solução, porque só tínhamos Carlinhos e três guarda-redes. Os restantes têm vómitos, diarreia e febre. Esta é a realidade. Gosto de fair-play. Não existe outra realidade".
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Julio Velázquez mostrou-se bastante agastado por não ter sido alcançado um acordo com o Sporting para o adiamento da partida. "Não acreditava que ficássemos nesta situação em Portugal, num Liga como a portuguesa e estou assombrado por estarmos nesta situação", atira o técnico, que decidiu falar com Silas para chegar a um entendimento, mas bateu nos regulamentos da prova.
"A última solução era tentar falar com o meu colega de profissão e liguei-lhe, tendo falado com Silas e ele percebeu muito bem os nossos argumentos. Ele respondeu que em fevereiro é muito difícil e como não jogam na Taça Portugal essa data era perfeita, mas ele disse que têm muitos jogos. Não tenho problema em jogar noutra data. No início de março era uma data boa para todos. O meu objetivo é apenas olhar para a saúde dos meus jogadores. Dias 4, 5, 6 março não era ideal, porque depois jogamos com o Benfica, mas também poderia ser dia 11 ou 12 de março. A seguir falei com a direção do clube e pedi a eles para falarem com a Liga, mas os regulamentos dizem que temos quatro semanas para jogar e é uma questão de logística", completou.