A Federação Italiana de Futebol anunciou a abertura de inquérito e processo disciplinar a José Mourinho. O treinador português sugeriu que a Roma tenciona premiar o Siena se ganhar ao Inter na última e decisiva jornada da liga italiana.
Corpo do artigo
Ele é mesmo assim, não deixa ninguém indiferente e gera os sentimentos mais antagónicos. No mesmo dia (ontem) em que a Associação Internacional de Jornalistas de Desporto (AIPS) o elegeu melhor treinador do Mundo, Mourinho soube que terá a justiça desportiva italiana à perna, por causa das polémicas declarações produzidas após a final da Taça de Itália (ganha à Roma, na quarta-feira) e nas quais sugeriu que o clube romano ia untar os jogadores do Siena com um prémio monetário para que ganhassem ao Inter, na última jornada da liga italiana, e impedissem o pentacampeonato dos "nerazurri".
O procurador Stefano Palazzi, presidente do Conselho de Justiça da Federação Italiana, processou Mourinho alegando que o treinador português violou o Código de Justiça Desportiva e que "expressou juízos lesivos à reputação dos dirigentes da Roma". O próprio clube também processa José.
O Roma-Inter, que animará as duas últimas jornadas da liga, segue, assim, fora dos relvados, e sobretudo nas páginas dos jornais. Onde ficou a saber-se o que terá originado a agressão de Francesco Totti a Mario Balotelli: "Disse-me que eu estava acabado...", afirmou o romano; "Chamou-me preto de merda...", reclamou o interista.
O duelo continua amanhã, mas dentro das quatro linhas, na penúltima jornada: a Roma, segunda, com dois pontos de atraso para o rival, recebe o Cagliari; o Inter também joga em casa, com o Chievo, e até pode celebrar o "penta", se vencer o jogo e a Roma não ganhar ao Cagliari. O mais certo é que tudo se decida na última ronda e nos jogos Siena-Inter e Chievo-Roma. Em igualdade pontual, festeja a Roma, que tem vantagem nos duelos com o Inter (1-1, em Milão, e 2-1, em casa).
E se o Inter ganhar o "scudetto" e a Champions (dia 22, com o Bayern), obterá uma "tripletta" inédita no calcio. Será, também, uma desforra de Mourinho, o "melhor treinador do Mundo", assim eleito pela AIPS. Num universo de duas centenas de votantes (jornalistas de 91 países), o português recolheu 36% das preferências, à frente de Alex Ferguson (20%) e Guus Hiddink (13,3%).