No dia em que assumiu que só volta aos relvados em 2022, após uma complicação que se seguiu à infeção por covid-19, o internacional alemão volta a estar no centro das atenções por ter recusado a inoculação.
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"Estou feliz porque a minha quarentena acabou". A frase é de Joshua Kimmich e foi divulgada esta quinta-feira pelo Bayern de Munique, mas o início da declaração não conta tudo. Bem pelo contrário. O próprio internacional alemão admite que ainda não pode treinar normalmente, já que sofreu uma "ligeira infiltração nos pulmões", após ter testado positivo à covid-19 no dia 25 de novembro.
Apesar de se "sentir muito bem", o médio vai mesmo ter de fazer tratamentos de reabilitação até ao final deste ano e o regresso aos relvados fica, portanto, adiado até janeiro, depois de já ter falhado os últimos três encontros dos bávaros.
Kimmich foi um dos cinco jogadores do Bayern de Munique que se recusaram a ser vacinados contra a covid-19, juntamente com Serge Gnabry, Jamal Musiala, Choupo-Moting e Michael Cuisance, sendo que estes dois últimos, entretanto, já mudaram de opinião.
A verdade é que o internacional germânico não é um negacionista da pandemia nem, tão pouco, anti-vacinas, mas expressou sérias reservas quantos aos eventuais efeitos a longo prazo que as mesmas podem ter, algo que foi utilizado como exemplo por grupos negacionistas alemães.
O caso chegou mesmo a ser comentado pela antiga chanceler alemã, Angela Merkel, que considerou que os atletas que optassem por não se vacinar estavam a dar "um mau exemplo" à população.
"Sem ordenado... pode ser que funcione"
O Bayern de Munique também não gostou da opção dos futebolistas que decidiram não se vacinar e avançou para o corte salarial caso algum viesse a falhar - como foi o caso - jogos devido a infeção, ou por qualquer contacto de risco. A decisão não foi bem recebida pelos jogadores em causa, levando mesmo a um esclarecimento do diretor do clube, Karl-Heinz Rummenigge.
"Tentámos encontrar uma solução para esse problema e não funcionou. Pode ser que assim funcione", afirmou o antigo futebolista, referindo-se aos cortes nos ordenados.
Quem também não ficou alheio à polémica foi o selecionador alemão, Hans Flick, que fez questão de explicar a posição do jogador, admitindo que o próprio já ponderava vacinar-se na altura em que foi infetado
"Acho que ele já estava inclinado para isso. Tivemos uma boa conversa e agora é esperar para ver", começou por dizer o técnico, antes de defender o atleta: "O Kimmich não é o culpado pelo grande número de infeções na Alemanha! Não é justo a pressão que lhe estão a fazer e não é assim que o vão convencer a vacinar-se. Ele pensa muito nas coisas e quer tomar uma decisão informada", justificou.
O certo é que a decisão fica, agora, adiada, já que Kimmich não poderá ser vacinado tão cedo - precisamente por ter estado infetado no mês passado -, mas o caso continua a gerar polémica na Alemanha, país que está a sentir de forma muito particular o impacto da quinta vaga de covid-19.
As exceções e baixa taxa inglesa
Apesar destes casos de jogadores não vacinados na Alemanha, a verdade é que os mesmos são uma exceção na Bundesliga, já que cerca de 94% dos atletas do principal escalão germânico já foram vacinados contra a covid-19.
O valor é substancialmente superior ao da Premier League. Em Inglaterra, e segundo os dados mais recentes, apenas 68% dos jogadores receberam as duas doses da vacina e até há quem esteja a contornar as regras.
Segundo noticiou o "Daily Mail", vários jogadores foram abordados para comprarem certificados de vacinação falsos, casos que já foram reportados aos departamentos médicos de vários clubes. Muitos destes atletas não querem ser inoculados e justificam a decisão com o facto de serem jovens e saudáveis, não temendo, por isso, complicações graves causadas pela covid-19.