Maria Andrejczyk não ficou indiferente à história de Milosz, de oito meses, e decidiu leiloar a prata que ganhou em Tóquio. Comprador devolveu-lha depois.
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Falar de Maria Andrejczyk é falar de perseverança, trabalho, sucesso. E de solidariedade. A polaca foi uma das atletas qualificadas para os Jogos de Tóquio e uma das poucas que conseguiu escrever o nome no leque dos melhores, ao conquistar uma medalha de prata no lançamento do dardo, mas acabou por ter uma atitude de ouro ao decidir vender o pedaço de metal tão valioso para ajudar um bebé. "O valor real de uma medalha fica sempre no coração. A medalha é apenas um objeto e pode ser de grande valor para os outros", explicou.
A polaca de 25 anos, que em 2018 recuperou de um cancro ósseo já depois de ter participado nos Jogos Olímpicos do Rio, não ficou indiferente à história de Milosz, uma criança de oito meses que precisava de uma cirurgia cardíaca, no valor de 300 mil euros, que os pais não tinham possibilidades de pagar, e fez questão de vender a medalha e oferecer todos os lucros à família.
Não podia ter corrido melhor. O gesto chamou a atenção de milhares de pessoas e ontem as doações já tinham superado os 108% do dinheiro inicialmente pedido pela família. Milosz, que sofre de uma deficiência cardíaca muito rara, vai, felizmente, poder ter a cirurgia que tanto precisa e Maria também acabou por ficar com a medalha. A Zabka, cadeia polaca de lojas de conveniência, comprou-lhe a prata olímpica e fez questão de a devolver: "Ficámos comovidos com o gesto extremamente nobre e decidimos dar-lhe a medalha de volta, por mostrar a grande campeã que é". Nada mais justo.
À margem
Atleta bielorrussa que pediu asilo na Polónia também leiloou
Krystsina Tsimanouskay, a velocista bielorrussa que pediu asilo político em plenos Jogos Olímpicos de Tóquio, colocou em leilão a medalha de prata que conseguiu conquistar nos Jogos Europeus realizados em Minsk, em 2019. O valor angariado vai apoiar atletas bielorrussos perseguidos e afastados das competições. Segundo a Fundação Bielorussa de Solidariedade Desportiva Pró-Oposição, sete atletas estão detidos atualmente no país, como prisioneiros políticos, e 36 desportistas e treinadores foram dispensados das seleções nacionais por opiniões políticas divergentes do regime.