Leonardo Jardim dá que falar e faz a raposa sair da toca no Brasileirão
Ainda atordoado pela crise que o atirou para a 2.ª Divisão, em 2019, o Cruzeiro volta a acreditar em troféus sob o comando do português Leonardo Jardim. Está sem segundo lugar do campeonato brasileiro.
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Neste campeonato brasileiro, já houve 19 mudanças de treinadores e Leonardo Jardim chegou a estar na iminência de se juntar a essa lista. Contratado em fevereiro para suceder a Fernando Diniz, apanhou o Cruzeiro em crise, desanimado, e tardou em mudar o paradigma. Para além dos resultados iniciais pouco animadores (duas vitórias e cinco derrotas nos primeiros dez jogos), foi criticado por opções táticas e ainda foi colocado em causa por jogadores e pelos impacientes adeptos, que, nessa fase mais negativa, não engoliram a preocupação e a contestação. Jardim resistiu a tudo e, no aperto, a Direção tomou partido pelo treinador, afastando o avançado Dudu da equipa, depois de este pedir a saída do português. Meses depois, a raposa vive o melhor período dos últimos anos e está, agora, no segundo lugar do Brasileirão.
A última vez que o Cruzeiro conquistou um grande troféu aconteceu em 2018 (Copa do Brasil), que, curiosamente, antecedeu um dos períodos mais difíceis do histórico clube de Belo Horizonte. No ano seguinte foi despromovido e as três épocas posteriores foram passadas no segundo escalão, antes do regresso à elite em 2022. Desde aí, tem passado mais tempo a tentar, e a conseguir, fugir aos últimos lugares, preocupado em evitar nova queda. Mas eis que Leonardo Jardim contraria a narrativa, tal como fez em França, no Mónaco. Em 24 jornadas, este Cruzeiro já fez quase tantos pontos (50) como em todas as 38 rondas do campeonato passado (52). É o terceiro melhor ataque (39 golos), a segunda melhor defesa (17) e na classificação apenas o Flamengo tem mais pontos - o Palmeiras, de Abel Ferreira, é terceiro, mas tem menos dois jogos disputados -, apesar de, por exemplo, ser a quinta equipa com menor percentagem média de posse de bola e a terceira que menos passes completa por jogo. Para o Globoesporte, é do Cruzeiro o "futebol mais eficiente do Brasil", enquanto o UOL já tem Jardim em consideração para a distinção de "melhor técnico do ano".