Jogador do Mirandela Basquete Clube descreve drama que antecedeu a morte de Paulo Diamantino, após paragem cardiorrespiratória, em pleno jogo.
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A estrutura do Mirandela Basquete Clube ainda está em choque com a morte do treinador-jogador da equipa sénior, na passada sexta-feira à noite, durante o jogo com a Juventude Pacense, sob o olhar dos companheiros de equipa. "Começou o jogo no banco e, quatro ou cinco minutos antes de acabar o primeiro período, entrou e ninguém notou nada de anormal", conta, ao JN, Francisco Valfreixo, jogador do clube.
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"Deu indicações e, quando acabou o intervalo, levantou-se para voltar ao jogo, mas disse a outro atleta para entrar no seu lugar porque estava a sentir uma quebra de tensão. Quando se levantou, caiu-me nos braços. Foi uma imagem terrível", confessa, emocionado.
Paulo Diamantino, que completaria ontem 36 anos, encontrava-se em paragem cardiorrespiratória, quando os meios de socorro chegaram. "Estava lá um enfermeiro, fez o suporte básico de vida enquanto não chegou o INEM e, depois, tentaram com o desfibrilhador, com o oxigénio, com as injeções de adrenalina, mas já não havia mais nada a fazer", lamenta Francisco.
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Paulo Diamantino era natural de Bouça, Mirandela, e iniciou a carreira no F.C. Porto, onde conquistou duas Taças de Portugal, e representou ainda o V. Guimarães e o Maia Basket, com várias presenças na seleção nacional.
O F. C. Porto endereçou "sentidas condolências à família e amigos" e o Maia Basket decidiu retirar o número 6 para homenagear o antigo atleta, "pela dedicação e exemplo de humildade de um guerreiro campeão".
Por decisão da Federação, todos os jogos do fim de semana serão antecedidos de um minuto de silêncio.
A principal referência da modalidade na região tinha sempre um sorriso no rosto
O diretor-técnico do Mirandela BC não tem dúvidas que se perdeu a maior referência da modalidade na região transmontana. "Deu tudo o que tinha pelo basquetebol. Era apaixonado por isto e vivia intensamente a modalidade. Gostava de jogar, de treinar, sempre extremamente profissional, era a segunda vida dele. Não era daqueles que levava isto para ganhar uns trocos ou como um segundo emprego. Nada disso, esta era a sua grande paixão", revela Joaquim Pereira. Já Francisco Valfreixo não esquecerá a boa disposição do colega: "Era uma pessoa muito focada, não havia qualquer tipo de falha. Era muito metódico, mas tinha sempre um sorriso na cara, uma pessoa incrível", resume o jovem atleta.