Vítor Bruno (F. C. Porto) foi o último a ser despedido esta época. Portugal lidera o top-20 do ranking da UEFA à custa de 14 alterações no comando técnico. Diogo Boa Alma aponta à necessidade de formação dos dirigentes.
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A Liga portuguesa já registou 14 trocas de treinadores esta temporada, em 12 dos 18 clubes do campeonato. Esta marca faz do campeonato luso aquele onde há mais mudanças de treinadores na Europa. Salvo as raras exceções de Ruben Amorim – saiu do Sporting para o Manchester United – e Rui Borges – deixou o V. Guimarães para trabalhar em Alvalade – cujas saídas recompensaram o bom trabalho que vinham fazendo, todos os outros pagaram, de uma forma ou de outra, a fatura dos maus resultados. No F. C. Porto, Vítor Bruno foi o último caso e, pela primeira vez na história, os três grandes coincidiram no despedimento dos respetivos treinadores na mesma época.
Nos principais campeonatos europeus, só a Liga da Sérvia, Turquia e Grécia se aproximam da razia que se tem visto em Portugal na orientação técnica das equipas. “Não fico surpreendido, porque conheço a generalidade da organização dos clubes e acho que temos muito que evoluir nesse aspeto. Portugal tem feito um grande trabalho ao nível da formação de treinadores e jogadores, mas nos cargos de decisão não se faz qualquer exigência para a formação de dirigentes e isso acaba por pesar na forma como os nossos clubes são geridos. Como não há projetos estáveis e organizados com pensamento estruturado estas coisas acontecem. Quando se faz a inscrição na Liga é preciso indicar um diretor de segurança formado e com curso, um OLA, que é um oficial de ligação aos adeptos, com curso da Liga, mas nenhum clube tem de indicar um diretor desportivo, ou um dirigente formado em gestão desportiva”, salientou Diogo Boa Alma, diretor desportivo, ao JN.