Dupla portuguesa é parte fundamental do projeto que o clube galego tem para se tornar numa potência desportiva.
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O Celta de Vigo acredita que pode ser mais do que é. Que uma existência tranquila, longe de sobressaltos mas também afastado dos lugares mais relevantes da classificação, é pouco para um clube que é um baluarte da Galiza, uma comunidade autónoma que pouco se faz notar na elite do futebol espanhol.
Em marcha já está um projeto pioneiro no país, holístico, capaz de juntar as vertentes desportiva e social e com isso tornar mais forte a equipa que todos os fins de semana vai a jogo, sendo que, dentro do campo, no que é mais visível, são dois portugueses que encabeçam o processo, contratados este ano para revolucionarem a abordagem dos célticos no mercado e no relvado.
Luís Campos foi o primeiro, seguiu-se Carlos Carvalhal, escolha pessoal do diretor desportivo que faz carreira agora como consultor externo para a área desportiva e está no Celta de Vigo desde março, antes de também se juntar ao Paris Saint-Germain.
Em comum "muitas ideias de método", aprofundadas e aprimoradas ao longo de anos. Nasceram na mesma altura, separados pelos quilómetros entre Esposende e Braga, cruzaram-se em campos de futebol, congressos, cursos e conferências e foi todas essas conversas que se forjou a boa relação da qual o Celta espera frutos. O plano é mais ou menos o mesmo que Luís Campos idealizou, construiu e impôs no Mónaco e no Lille, fazendo de ambos campeões franceses contra o supostamente insuperável PSG.
Aproveitar mercados pouco explorados, encontrar e contratar os melhores jogadores jovens disponíveis e potenciá-los através de um estilo de jogo ofensivo, atrativo e ganhador. Atingir objetivos, vender, fazer fortuna e usar esse dinheiro para comprar ainda melhores jogadores capazes de tornar a equipa mais forte. "O projeto desportivo é fantástico, é a minha cara", resumiu Carvalhal, que sucedeu ao argentino Eduardo Coudet.
A ambição do Celta, que festeja o centenário para o ano, nunca foi tão desmedida. Conseguir convencer Luís Campos, um dos diretores desportivos mais conceituados a nível mundial, mostra isso mesmo. Mas também há o "Galicia Sport 360", do cuja apresentação levou o presidente Carlos Mouriño a dizer tratar-se "do dia mais importante da história do clube, a seguir ao da fundação".
O projeto pretende "transformar todo o desporto da Galiza" e, para além de ser um centro de alto-rendimento, quer juntar inovação, formação, turismo desportivo, investigação e compromisso social". Depois de 99 anos que redundaram em três títulos de campeão da 2.ª Divisão, o Celta quer mais.