Luis Filipe Vieira vai avançar com uma candidatura à presidência do Benfica, nas eleições de outubro, sabe o JN.
Corpo do artigo
Luís Filipe Vieira vai ser candidato à presidência das águias, no ato eleitoral de outubro. Ao que o JN apurou, após longo período de reflexão o antigo líder já está a desenvolver uma candidatura própria ao sufrágio, que deverá contar também com Noronha Lopes, João Diogo Manteigas, Martim Mayer, Cristóvão Carvalho e, muito provavelmente, Rui Costa. O atual líder ainda não revelou a sua intenção publicamente, mas o JN sabe que já deu vários passos para formar uma eventual recandidatura.
Esta quarta-feira, Vieira criticou e censurou a Direção de Rui Costa, na sequência da abertura do inquérito que, em última instância, visa a sua expulsão de associado. E foi no final do extenso comunicado que deixou uma mensagem aos adeptos em que indicia que irá participar nas eleições. “Afirmo que saberei estar à altura do complexo momento que atravessamos e sei o contributo que posso dar para responder a mais este desafio, como sempre fiz”.
Vieira revelou “incredulidade e indignação” com o processo anunciado pela direção relativo aos acontecimentos da assembleia geral de 27 de setembro de 2019, quando era o presidente, em que é acusado de tentar agredir um sócio. O dirigente lembrou a obra feita nas águias – “conquistas incontornáveis e inesquecíveis” – e garantiu que não permitirá que o seu nome seja “usado como argumento expiatório de sucessivos fracassos desportivos e perdas patrimoniais e de credibilidade, distinção que esta Direção, em final de mandato, tem para exibir”.
Defendendo que o processo “é uma autêntica fuga para a frente e também das responsabilidades ao escrutínio da má gestão”, Vieira lança a suspeição sobre os “reais promotores” da ação, a fundamentação jurídica e questiona se os estatutos estarão a ser respeitados, atendendo à longevidade dos factos. “Garanto especificamente aos ‘ideólogos’ deste ataque cobarde e manipulador que vou zelar pela defesa do meu nome”, assegurou. O antigo dirigente assume que irá pedir reuniões aos líderes dos órgãos sociais para obter esclarecimentos sobre o processo de inquérito.
Luís Filipe Vieira foi presidente do Benfica de 2003 a 2021, quando acabou por se demitir depois de ter sido detido na Operação Cartão Vermelho. Foi constituído arguido por suspeita de crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais, que alegadamente terão lesado o Estado português e o próprio Benfica. Foi substituído interinamente por Rui Costa, que viria a ser eleito em outubro de 2021.