Corredor da Kelly/Simoldes/UD Oliveirense bateu concorrência ao sprint numa demonstração de força no empedrado do alto Santo Luzia, em Viana do Castelo, mas não beliscou liderança do portista Gustavo Veloso.
Corpo do artigo
Vitória de garra de Luís Gomes ontem, no mítico alto de Santa Luzia, em Vila do Castelo, onde o corredor da Kelly/Simoldes/UD Oliveirense mostrou pulmão e pedalada mais funda para bater, ao sprint, Daniel Mestre (W52/FC Porto) e o também dragão Gustavo Veloso, que, respetivamente, completaram o pódio do dia, com o experiente espanhol a manter a camisola amarela.
Naquele que foi o primeiro grande teste à capacidade física do pelotão, numa ligação de 180 quilometro entre Montalegre e a capital do Alto Minho, os principais candidatos ao triunfo final não vacilaram, com João Rodrigues, Joni Brandão ou Vicente de De Mateos a mostrarem fôlego para se manterem num top 10, onde os portistas têm três homens e a Efapel dois.
Apesar da imagem do dia ser os festejos efusivos de Luís Gomes a cruzar a linha de meta, a etapa teve també como protagonista, Marvin Scheulen, ciclista português de ascendência alemã, da LA-Alumínios, que logo no primeiro quilometro isolou-se, a solo, na frente da corrida, numa aventura que chegou a ter oito minutos de vantagem do pelotão liderado, quase sempre, por Samuel Caldeira (W52/FC Porto).
A ousadia de Marvin Scheulen, o combativo do dia, foi anulada quando faltavam apenas 13 quilómetros da meta, após americanos da Rally assumirem a liderança do pelotão, numa manobra que não teve efeitos práticos, pois no início para a subida, de empedrado, para Santa Luzia as equipas portuguesas imprimiriam o ritmo diabólico, gorando os atrevimentos de elementos da Caja Rural e Arkea Samsic.
Nessa iniciativa, FC Porto e Oliveirense assumiram as despesas para colocarem os seus finalizadores na frente, propiciando um duelo mano a mano entre Daniel Mestre e Luís Gomes, em que o corredor, de 26 anos, da formação de Oliveira de Azeméis, levou a melhor, confirmando o bom momento que atravessa este ano, depois de ter feito quarto lugar na prova de fundo do Campeonato Nacionais de Estrada e o segundo posto, há dias, no Troféu Joaquim Agostinho.
O pelotão não vai tempo para arrefecer as pernas, pois hoje há nova etapa de decisiva, com a ligação de 167 quilómetros entre Paredes e o emblemático alto de Santa Luzia.
Subida desoladora
O habitual calor do público minhoto que esta etapa em Viana do Castelo propicia, com presença de muito público na subida até ao Santuário de Santa Luzia, não existiu desta vez, devido à covid-19, tornando desoladores os quilometro finais.
Quedas no abastecimento
Frederico Figueiredo, figura de proa da Atum General/Tavira, foi vítima de uma queda, numa confusão no abastecimento em Vila Verde, ficando dorido de um ombro. Perto do final, nova queda deixou mossa em ciclistas da LA e Miranda Mortágua.
Prémio de Covide
O primeiro prémio de montanha desta Volta a Portugal aconteceu numa localidade com um curioso nome, para os tempos atuais. Covide, freguesia de Terras do Bouro, viu o pelotão passar, depois de Marvin Scheulen amealhar o prémio.
12770176