O administrador da SAD dos dragões teceu, esta terça-feira, duras críticas às arbitragens do campeonato e garantiu que os azuis e brancos não vão continuar a permitir que o clube continue a ser mal tratado, recordando casos que envolveram o F. C. Porto, mas também os rivais, Benfica e Sporting, na luta pelo título.
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Em entrevista às plataformas digitais do F. C. Porto, Luís Gonçalves foi questionado se considerou errada a decisão do videoárbitro em chamar o juiz principal para reverter a grande penalidade assinalada sobre Evanilson frente ao Rio Ave.
"Nós não consideramos, temos a certeza. O grande problema desse lance, para além de nos ter sido retirado um penálti que provavelmente seria golo, como na maioria dos casos acontece, é nós termos percebido que não foram dadas ao árbitro todas as imagens de que ele precisava para tomar uma boa decisão. É isso que nos preocupa. Só Fábio Melo sabe a razão por que não mostrou a imagem por trás, onde se vê que há realmente um toque. Causa-nos muito espanto que isso possa ter acontecido. O que leva Fábio Melo a não mostrar todas as imagens a António Nobre? É uma pergunta que fica no ar e à qual ainda ninguém respondeu. Sentimos que efetivamente nos foi subtraído um penálti e impediram-nos de conseguir mais dois pontos, o que criou uma pressão na equipa e criou-nos desconfiança nas decisões da equipa de arbitragem. Foi um caso demasiado complicado para que nós possamos ter confiança no VAR Fábio Melo, que aliás já tem uma história com o FC Porto", afirmou o dirigente, antes de recordar outro lance polémico, neste caso no dérbi da Invicta com o Boavista.
"Há alguns árbitros que tratam mal o F. C. Porto e isso não vamos continuar a permitir. Basta, para que isto não se repita. Em 2024, começou no Boavista com Manuel Oliveira e um lance claro de penálti, um empurrão nas costas do Eustaquio, mais uma vez o VAR não chamou o árbitro, que no início da segunda parte teve um comportamento pouco adequado quando o jogador falou com ele, insinuando que se atirou para a piscina e perguntando que piscina teria em casa para treinar aquele tipo de saltos. Isto é grave. No espaço de um mês, o F. C. Porto tem quatro pontos a menos e outros têm quatro pontos a mais. Nós sabemos em que jogos foram. Um deles foi tão grave que o Conselho de Arbitragem se sentiu na necessidade de emitir um comunicado", recordou, referindo-se ao Casa Pia-Sporting.
"Quem estava como VAR? O famoso Hugo Miguel. Mais uma vez Hugo Miguel esteve envolvido nesse lance. Depois pediram desculpa, mas não serve de nada. Traduziu-se em mais dois pontos que o Sporting teve e ninguém lhos retira. Por outro lado, nós temos menos quatro. Isto, no final do campeonato, pode ser decisivo", defendeu Luís Gonçalves, apontando, ainda, o dedo à vitória do Sporting em Faro.
"Foi uma vergonha. Foram decisões todas tomadas num determinado caminho. Um jogador do Farense é expulso aos 18 minutos num lance dúbio, quando muito seria amarelo, mas é uma decisão que até podemos dizer que aceitamos. Temos o Hjulmand, que tem segundo amarelo claro, toda a gente viu menos o árbitro e o assistente. O Rúben Amorim, claro, chegou ao intervalo e tirou o jogador. No final, quando o jogo estava em 2-2, há um lance do Marcus Edwards que o árbitro Luís Godinho considera grande penalidade de forma inacreditável. Mais inacreditável ainda é que não sabemos o que Manuel Mota estava a fazer e porque não conseguiu ver. Devia ter dito alguma coisa e não disse. São quatro pontos que o Sporting tem a mais. Basta!", acrescentou o administrador da SAD azul e branca, antes de criticar a alegada proteção que é dada aos jogadores do Benfica em questões disciplinares.
"O Benfica tem jogado contra dez muitas vezes. Alguém tem de olhar para isto e pensar no que se está a passar. Os nossos jogadores estão revoltados com o tratamento que têm, como é o exemplo dos cartões amarelos mostrados ao Francisco Conceição, que são inacreditáveis. Não pode fazer nada que é amarelo. Noutros casos, como o do João Neves, que tem uma proteção como há uns anos o Pizzi tinha. Não tem amarelos, pode ter as entradas que tiver e é sempre o empenho, há sempre palavras para desculpar. O Benfica tem 39 amarelos, nós temos 63 com o mesmo número de jornadas, é inacreditável. O que temos de diferente? A cor das camisolas? Só pode ser isso. Não faz sentido, os critérios não estão a ser iguais", defendeu.
Questionado sobre se espera que algo mude até ao final da época, Luís Gonçalves foi claro: "A única coisa que nos pode levar a ganhar é sermos muito melhores do que os outros. Nós continuamos a acreditar e vamos dar luta até ao fim. Aqui dentro, desde o presidente ao treinador e jogadores, estamos empenhados em continuar a demonstrar que somos a melhor equipa".