Luz verde para a compra dos terrenos do Centro de Alto Rendimento do F. C. Porto
Publicação em Diário da República daquela que é conhecida como lei dos solos abre caminho ao avanço do projeto prometido por André Villas-Boas.
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Foi publicada esta quarta-feira, em Diário da República, a Lei n.º 53A/2025, de 9 de abril, que introduz alterações ao Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, conhecida como "lei dos solos". A promulgação tem no F. C. Porto um especial interessado, pois abre caminho ao avanço do projeto da construção do Centro de Alto Rendimento (CAR), no Olival, em Vila Nova de Gaia.
A nova legislação mantém a reclassificação dos solos nas mãos dos Municípios, pelo que o clube da Invicta pode avançar para a compra dos terrenos nos quais pretende construir o CAR e, depois, passar à fase de licenciamento do projeto.
Recorde-se que a Câmara de Gaia já aprovou o Pedido de Informação Prévia (PIP), submetido pelos dragões em novembro do ano passado, depois de ter recebido pareceres e análises técnicas positivos, conforme foi afirmado no final de março por António Castro, presidente do Conselho de Administração da Gaiurb, empresa municipal responsável pelas áreas do Urbanismo, Habitação Social e Reabilitação Urbana de Vila Nova de Gaia, ao jornal "O Gaiense".
Com a publicação da nova lei dos solos, vai seguir-se a finalização do processo de aquisição dos terrenos de 31 hectares, situados a cerca de um quilómetro do atual Centro de Treinos do Olival, para a qual André Villas-Boas possui desde o final de 2023 um contrato promessa de compra e venda, por 3,85 milhões de euros.
Concluída a compra dos terrenos, a Direção portista poderá, depois, apresentar o projeto aos sócios, o que, dependendo de questões burocráticas, deverá acontecer ainda em abril. Recorde-se que Villas-Boas tinha previsto ter este processo concluído no final do primeiro trimestre de 2024, mas o atraso provocado pela alteração à lei dos solos deixou em suspenso, até à publicação desta quarta-feira em Diário da República, todos os planos diretores municipais.
Durante a campanha para as eleições de há um ano, José Pereira da Costa, agora administrador financeiro da SAD azul e branca, estimou o custo da construção do CAR entre 30 e 35 milhões de euros. Na entrevista que deu ao JN e a O Jogo, há cerca de duas semanas, Villas-Boas afirmou que o F. C. Porto irá adquirir os terrenos sem o recurso a qualquer financiamento externo, pois os negócios com a Ithaka e a Dragon Notes asseguraram liquidez para avançar apenas com dinheiro do clube.
A construção, com prazo previsto de dois anos após o início das obras, contempla cinco campos com dimensões regulamentares (105m x 68m), um estádio com capacidade para 2000 espetadores, um hotel, ginásios, áreas para hidroterapia e fisioterapia, balneários, salas multi-funcionais, um auditório com 56 lugares e mais de 200 lugares de estacionamento. Estava também projetado um pavilhão, mas, segundo referiu o presidente portista na referida entrevista, o clube tem estado em conversas com a Câmara Municipal do Porto no sentido de encontrar uma solução que permita a construção dessa valência numa zona perto do Estádio do Dragão.