Foi jogador de futsal antes de ser futebolista. No Brasil, jogava no meio-campo, mas depois foi adaptado a defesa central. E o resultado está à vista. Maicon é um dos indiscutíveis do F. C. Porto e tem sido o substituto de Bruno Alves. Por isso, Otamendi tem de esperar.
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Na época passada, Maicon apenas contabilizou quatro jogos no campeonato ao serviço do F. C. Porto. Um número magro que agora está a ter uma expressão mais gorda. Em apenas cinco jornadas, regista outros tantos desafios na prova. Aliás, é dos jogadores mais utilizados pelo treinador André Villas-Boas e foi titular nos nove encontros oficiais do F. C. Porto. Está seguro como uma rocha no eixo da defesa e a feroz concorrência de Otamendi até tem servido como estímulo no processo de afirmação.
O jogador tem sido o substituto de Bruno Alves, formando com Rolando uma dupla de centrais muito coesa. E os números são claros: dois golos sofridos na Liga, a segunda melhor defesa da prova, atrás do Olhanense. “O Bruno Alves é um excelente jogador e foi muito competente, mas o Maicon está no mesmo caminho. A prova disso são os resultados do F. C. Porto, que têm correspondido às competências do jogador”, avança Manuel Machado, treinador do Guimarães, que o lançou há duas épocas, no Nacional.
Maicon tem 22 anos, jogou futsal durante a adolescência e é por isso que tem um sentido técnico apurado. E quando chegou ao Cruzeiro com a idade de júnior actuava a trinco, mas depressa foi adaptado a defesa-central, por ter um perfil físico mais indicado para aquela posição. “Esta ascensão não me surpreende. Já no Nacional tinha as qualidades que hoje apresenta. Agora tem vindo a confirmá-las numa equipa com a grandeza do F. C. Porto. Está perfeitamente integrado e mais maduro”, explica o treinador.
Em nome de Michael Jackson
Maurides Roque, pai de Maicon, segue atentamente a carreira do filho e sente-se “orgulhoso” pela ascensão do jogador com a camisola do F. C. Porto. O segredo foi a perseverança de quem nunca desistiu, mesmo quando tinha os caminhos tapados: “Ensinei-o a ser humilde e paciente e ele nunca desistiu. Agradeço a Jesualdo Ferreira, porque ajudou-o a evoluir, e a André Villas-Boas, que lhe deu esta oportunidade. Quando o Bruno Alves saiu do F. C. Porto, disse-lhe ‘filho, o cavalo só passa uma vez perto de casa’ e ele agarrou a oportunidade”, conta, ao JN, Maurides Roque.
De raízes humildes, sempre revelou ter um espírito determinado: “Aos 13 anos, disse-me que ia sair de casa e só voltava como jogador profissional”. O sonho concretizou-se. Maicon tem dois irmãos futebolistas e um deles chama-se Muller “em homenagem ao antigo avançado do São Paulo”. E Maicon? “Baptizei-o com esse nome porque sempre fui fã do Michael Jackson”. O sucesso no F. C. Porto de Maicon junta-se a alegria pessoal de ter sabido, há pouco, que vai ser pai.