Duelo entre o Red Star e o Paris FC é também um confronto político e ideológico. Só os une o objetivo de dar luta ao PSG.
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A última vez que se disputou um dérbi parisiense no escalão principal data de 1989. Nessa época, o Racing Club acabou despromovido, ficando o Paris Saint-Germain a defender a honra da capital, estatuto que mantém. Isto resulta, desde logo, em duas coisas: que o PSG, milionário e campeoníssimo, não tem (nunca teve, diga-se) rival à altura na grande metrópole e, à conta disso, não partilha uma rivalidade acesa com nenhum vizinho, votando-os quase à obscuridade. Este aspeto, porém, não significa que Paris careça de rivalidades futebolísticas e a maior de todas volta a ser sentida hoje (13 horas), quando Red Star e Paris FC se enfrentarem no velhinho Estádio Bauer pela primeira vez desde 2019, na sétima jornada da Ligue 2.
Será apenas o 18.º duelo entre ambos, algo que não arrefece o antagonismo que chegou a ser a causa de episódios de violência dentro e fora do campo. Quarto clube mais antigo do país, o Red Star foi criado em 1897 e entre os fundadores estava Jules Rimet, o homem que dá o nome ao troféu de campeão do mundo de seleções. Tem origens proletárias, comunistas e de extrema-esquerda, algo que não foi um problema até 1969, altura em que o Paris FC se fez anunciar, trazendo com ele ideais e visões políticas contrárias, conotadas com o capitalismo e a extrema-direita.