Manchester United despediu 450 pessoas para não ficar sem dinheiro até ao Natal

Há cerca de um ano, o multimilionário Jim Ratcliffe adquiriu uma parte do Manchester United, tornando-se, assim, coproprietário do clube. De lá para cá, algumas medidas têm sido tomadas, sendo que a que gerou maior repercussão foi o despedimento de 450 funcionários num universo de 1140 pessoas no último mês de fevereiro. Uma atitude que o próprio defendeu como necessária para a sustentabilidade do histórico do futebol mundial.

"Descobrimos que até tínhamos um consultor de linguagem gestual a receber 175 mil libras por ano [cerca de 208 mil euros]. O Manchester United ficaria sem dinheiro no final deste ano, no final de 2025, depois de ter investido 300 milhões de dólares [cerca de 276 milhões de euros], sem comprar novos jogadores no verão. Estamos num processo de mudança, num período desconfortável e perturbador, e tenho simpatia pelos adeptos, mas a resposta é simples: o clube ficará sem dinheiro no Natal se não fizermos estas coisas. Se gastarmos mais do que recebemos, acabamos por ficar na ruína", esclareceu numa entrevista concedida ao canal britânico "BBC Sports". 

"Algumas das decisões que temos de tomar são desagradáveis, mas são necessárias para que o Manchester United volte a estar numa posição estável. Se as pessoas querem que o Manchester United volte a ganhar troféus, temos de fazer tudo isto", acrescentou.

"O Manchester United saiu dos carris e, com o que estamos a fazer, vamos acabar no futuro onde estão hoje o Liverpool ou o Real Madrid. Onde é que se quer gastar o dinheiro, na gestão do clube ou no plantel? Se o gastarmos no plantel, obtemos melhores resultados e, no fim de contas, para que serve o Manchester United se não para ganhar troféus e troféus? O que queremos fazer é investir nos melhores jogadores do mundo, se pudermos, em vez de o gastarmos, receio, em refeições gratuitas. O meu único interesse aqui é fazer com que o Manchester United regresse à grandeza", garantiu.