O melhor e o pior do futebol, numa mistura que marcou a carreira do antigo craque argentino, falecido esta quarta-feira, aos 60 anos.
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Diego Armando Maradona, "El Pibe de oro", que é como quem diz, o menino de ouro. O mais belo e o mais dramático do futebol andaram lado a lado, vezes sem conta, num trajeto que persistiu, mesmo quando o ex-futebolista pendurou as chuteiras.
Um dos melhores jogadores de sempre, rivalizando com o brasileiro Pelé, foi um génio nos relvados e acentuadamente genuíno na forma como sempre viveu e também como falava nas entrevistas,. Tudo isto a par de uma vida atribulada.
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Maradona nasceu num bairro pobre, nos arredores de Buenos Aires. Aos nove anos, começou a jogar numa equipa local, os "Los Cebollitas" e pouco depois mudou-se para o Argentino Juniors.
Estreou-se na divisão principal com apenas 15 anos e dois anos depois falhou a vitória no campeonato do Mundo disputado na Argentina, ao ser retirado da lista de convocados por Cesar Luis Mennotti. Um ano depois, venceu o Mundial de Juniores.
Tido como um Deus para os argentinos, o mesmo que lhe "emprestou" a mão para vencer a Inglaterra, num jogo que ficou para sempre célebre e o tornou imortal.
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Depois de ter sido considerado o melhor jogador argentino, três vezes, e sul-americano, em duas ocasiões, esteve no Mundial de Espanha (1982), mas sem grande notariedade. O melhor estava para vir. Deixou o Boca Juniors e mudou-se para o Barcelona, mas em duas épocas venceu só uma Taça do Rei. Esteve algum tempo parado, devido a lesões, com destaque para uma fratura de uma perna, após ser atingido por Goicoetxea (Athletic Bilbao), no meio de um enorme sururu.
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Depois, em 1984, transferiu-se para o Nápoles, onde viveu os melhores anos da carreira. Ajudou a levar o clube a dois títulos de Itália, venceu uma Taça UEFA, Taça e Supertaça italiana.
A consagração ao nível planetário aconteceu em 1986, quando, no Mundial do México, levou a Argentina ao título mundial. Marcou cinco golos, dois dos quais, frente à Bélgica e à Inglaterra, só ao alcance de um predestinado. Colou autenticamente a bola no pé esquerdo e passou por todos os adversários que lhe apareceram na frente até... marcar.
Quatro anos depois, ainda ajudou a Argentina a ser vice-campeã mundial. Numa fase descendente da carreira, os problemas foram surgindo e a suspensão por 15 meses devido a um controlo "antidoping" positivo arrastou-o para uma situação difícil de ultrapassar.
Em 1992/93, jogou no Sevilha e, na época seguinte, regressou à Argentina para alinhar no Newell's Old Boys. Em 1994, tentou forçar o quarto Mundial da carreira. Apresentou-se nos Estados Unidos, mas a efedrina (uma substância usada para emagrecer) afastou-o da competição. Em 1995, de volta ao Boca Juniors, sagrou-se novamente campeão argentino.
Depois de se ter retirado, foi treinador, carreira que suspendeu por algumas vezes, por motivos de saúde. Maradona, que chegou a ser selecionador da Argentina (2009 e 2010), treinava atualmente os argentinos do Gimnasia y Esgrima, tendo sofrido uma paragem cardíaca na vivenda onde residia, em Buenos Aires.