Adeptos, ministros e políticos revoltados pela Federação terminar o contrato de longa duração com a Adidas.
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A justificação, como sempre, foi de ordem financeira. Normalmente, chega. Desta vez, porém, está a ser mais difícil de digerir, com adeptos, políticos e por aí fora a virarem-se à Federação Alemã de Futebol (DFB) pela decisão de colocar um ponto final à ligação de mais de 70 anos à Adidas, marca desportiva que, ainda por cima, é um símbolo do orgulho germânico. As críticas dividem-se entre “traição”, “falta de patriotismo” e “vergonha”. A própria DFB admitiu tratar-se de um “acontecimento drástico”, mas justificado pelos tais imperativos económicos, isto é, uma suposta situação financeira institucional pouco saudável. Por isso, a partir de 2027, e até 2034, a camisola da “mannschaft” deixará de ter as três riscas, substituídas pelo símbolo da Nike, a troco de 100 milhões de euros anuais.
A arranhar o túmulo estará Adi Dassler, a única pessoa que, direta ou indiretamente, está ligado a todos os títulos mundiais e europeus das seleções alemãs de futebol e a causa de tudo isto. Começou a produzir calçado desportivo na década de 1920, criando mais tarde a Adidas (Adi+Das). Foi roupeiro da seleção germânica e ainda hoje se acredita que, nessa função, foi o génio por detrás do primeiro de todos esses troféus, arrecadado em 1954 e conhecido como o “Milagre de Berna”, ao fornecer chuteiras com pitons de alumínio aos jogadores, defendendo que assim estariam melhor preparados para lidar com o relvado ensopado e enlameado. E a Alemanha venceu a super-Hungria, por 3-2.