Adversário do Benfica no Mundial de Clubes vive o melhor período desde que o muito contestado Todd Boehly se tornou proprietário.
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A mais recente chatice a incomodar o Chelsea está relacionada com o facto de Todd Boehly estar ligado à Vivid Seats, empresa de revenda de bilhetes para jogos de futebol em que os preços podem chegar aos 20 mil euros. A alegada ligação foi denunciada pelo Chelsea Supporters Trust e está agora a ser investigada pela Premier League, recuperando desconfianças que pairam sobre o americano que se tornou proprietário dos “blues” em 2022. As polémicas e a contestação têm sido constantes desde aí e não espanta que também a equipa de futebol tenha sido prejudicada com tanta instabilidade.
Tirando o investimento megalómano – e mesmo isso pode ser contestado –, a verdade é que o homem-forte do clube londrino pouco tem contribuído para a evolução do Chelsea e para melhoria dos resultados da equipa, que voltou a ficar longe da conquista do título. O conflito com os adeptos é um dos principais motivos de críticas a Boehly, que esta semana viu o mesmo Chelsea Supporters Trust acusá-lo de “explorar a lealdade dos adeptos”. Neste caso, a causa é o preços dos bilhetes para os jogos em Stamford Bridge, que aumentaram 17% em duas épocas. Todd Boehly mantém ainda um clima tenso com a Clearlake Capital, a empresa com a qual fez parceria para adquirir o Chelsea a Roman Abramovich, e não há maneira de se entender com Behdad Eghbali, outro administrador importante, cuja relação se tem deteriorado e que já levou Boehly a ponderar deixar o clube. A construção do novo estádio é outro motivo de contestação ao proprietário, com os adeptos a mostrarem discordância com as intenções de levar o clube para fora de Stamford Bridge, casa do Chelsea desde 1905, vendo nisso outro atentado contra a identidade dos “blues”. “Queremos o nosso Chelsea de volta” tem sido um dos cânticos mais entoados nessas ruas nos últimos meses.
Apesar de tanta divisão e desordem, Enzo Maresca construiu o melhor Chelsea dos últimos anos e é esse que o Benfica terá pela frente nos oitavos do Mundial de Clubes (hoje, às 21 horas). O italiano, já o quarto treinador da era Boehly, devolveu o clube à Liga dos Campeões, conquistou o primeiro troféu desde 2021 (Liga Conferência) e apresenta nos Estados Unidos uma equipa forte sob a batuta de Enzo Fernández, o ex-Benfica que justifica em campo o estatuto de contratação mais cara da história do emblema londrino.