Mário Santos, do Gens, é aos 27 anos o mais jovem presidente na Elite da AF Porto
Aos 27 anos, Mário Santos é o presidente mais jovem na Divisão de Elite da Associação de Futebol do Porto. Movido pelo amor ao Gens Sport Clube, começou no dirigismo aos 16 anos e não ambiciona presidir a outro emblema.
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Como muitas outras crianças, Mário Santos começou a jogar futebol muito novo, aos sete anos. Foi atleta do Ataense e do Sousense, porque o clube do coração não tinha formação, algo que mudou em 2011/12. Apesar de gostar do jogo, cedo percebeu que o seu lugar não era dentro das quatro linhas. Por isso, aos 16 anos, abdicou da carreira de jogador para se tornar diretor nas camadas jovens do clube gondomarense. Passou por vários cargos até chegar ao topo da hierarquia. "Fui coordenador da formação, responsável pelo futebol sénior e vice-presidente. Sempre acompanhei os jogos do clube, porque sou um apaixonado pelo Gens", conta Mário Santos.
O falecimento do anterior presidente, Eleutério Gonçalves, em junho de 2020, precipitou a realização de eleições no Gens. Quando assumiu a presidência, em outubro do mesmo ano, Mário Santos fez história: venceu, como candidato único, mas teve de assistir à Assembleia Geral que o elegeu através do computador, por se encontrar em isolamento profilático. Tinha 26 anos, e já uma década de experiência no dirigismo. "A minha única formação para presidente foi a experiência de tudo o que já aprendi e vi ao longo destes anos. A competência não se mede pela idade, mas sim pelo trabalho apresentado. Acredito que temos de desmistificar a ideia de que a idade é fundamental para se assumir certos cargos", salienta Mário Santos, que tem um mestrado em Economia.
Os primeiros passos na liderança foram no sentido de investir na formação, para dar a possibilidade às crianças de Gens de jogarem no clube, beneficiando também de uma parceria com a Dragon Force para aumentar a capacidade de angariação de jovens. "Quando o clube começou na formação tinha 20 atletas. Hoje em dia o número ronda os 250. Nós sabemos para onde queremos ir e temos os pés bem assentes na terra", vinca o presidente.
"Ambição e irreverência" são as armas de Mário Santos para fazer crescer o Gens, que possui um gabinete de Comunicação, pois o presidente vê as novas tecnologias como uma ferramenta fundamental para a divulgar a atividade do clube, importante na angariação de patrocínios.
Como maior lacuna do Gens, que é oitavo classificado na Série 3, Mário Santos aponta as infraestruturas. Contudo, acredita que "se algumas pessoas que já não estão entre nós, e que dedicaram a vida ao clube, vissem o crescimento do Gens iriam ficar muito orgulhosas".
Quando confrontado com a hipótese de presidir a clubes de outra grandeza, a resposta foi direta e imediata. "Não me passa pela cabeça assumir a liderança de outro clube que não seja o Gens. Não tenho qualquer pretensão de exercer esta função profissionalmente", salientou Mário Santos, que é responsável pelo Marketing de uma empresa de "software".