Jaime Marta Soares afirmou, esta quarta-feira à tarde, que a candidatura de Bruno de Carvalho à liderança do Sporting não poderá ser aceite enquanto o antigo presidente estiver suspenso, em resultado do processo aberto pela Comissão de Fiscalização, a 13 de junho. Pedro Proença, mandatário de Bruno de Carvalho, apresentou queixa à polícia.
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"Se efetivamente se mantiver a suspensão do sócio, ou ex-sócio, Bruno de Carvalho, não há nenhumas condições de legalidade para apresentar candidatura e eu não a aceitarei", explicou Jaime Marta Soares, sublinhando que ele é o único responsável por aceitar as candidaturas, enquanto presidente da Mesa da Assembleia-Geral do Sporting. "Se se mantiver a suspensão, não será aceite", concluiu.
"Como neste momento se mantém suspenso de qualquer atividade no Sporting Clube de Portugal o senhor doutor Bruno de Carvalho, eu não poderei aceitar nenhuma lista encabeçada por ele", voltou a explicar, dizendo que o mesmo acontece com a candidatura de Carlos Vieira.
Marta Soares disse ainda que não recebeu nenhuma comunicação de que a candidatura de Bruno de Carvalho seria apresentada esta quarta-feira, já que, segundo ele, é preciso avisar os serviços "com antecedência". "A única pessoa que as pode rececionar é o presidente da Mesa da Assembleia-Geral. Nada lhe foi comunicado, por isso acho que não estão a ter os cuidados que devem ter", advertiu.
PSP chamada a Alvalade
"É uma vergonha para o Sporting e para os sportinguistas. Esteve aqui o senhor que se intitula presidente da mesa da Assembleia Geral do Sporting, que veio aqui de propósito falar com vocês e que não se dignou a entrar e a enfrentar olhos nos olhos e cara na cara um sócio que vinha aqui numa missão de entregar e formalizar uma candidatura", disse aos jornalistas o advogado Pedro Proença, mandatário de Bruno de Carvalho e que estava incumbido de entregar a documentação em Alvalade.
"Cobardemente, este senhor esteve aqui a falar com vocês, não entrou nas instalações do Sporting e recusou-se a transmitir cara na cara que não quer aceitar a candidatura do doutor Bruno de Carvalho", reiterou Pedro Proença, explicando que se tratou de um desrespeito a Bruno de Carvalho e aos quatro sócios que estiveram em Alvalade.
Para Pedro Proença, a suspensão provisória do antigo presidente que está na base da recusa é "um disparate legal" que não está previsto em qualquer ponto dos estatutos do clube. "O arauto da legalidade veio aqui cometer uma ilegalidade tremenda", afirmou, pedindo apenas uma declaração a explicar a aceitação ou não da candidatura.
Um ato ilegal e antidemocrático, um desrespeito de sportinguistas contra sportinguistas
Depois de prestar estas declarações aos jornalistas, Pedro Proença voltou a entrar no estádio e viu a candidatura ser recusada novamente, para depois chamar a polícia e expor a situação às autoridades. No local, estiveram quatro agentes da PSP.
"Apresentamos participação junto da PSP pelo facto de, enquanto sócios, termos sido impedidos de entrar nas instalações do Sporting", explicou.
"Os serviços administrativos foram intimados pela PSP a descer para haver uma identificação do responsável (...) mas às 18.15 horas fomos informados que já não estava ninguém nos serviços. Nem a própria polícia foi respeitada", defendeu o advogado.
"É lamentável e vergonhoso", apontou, acrescentado que terem sido impedidos de entrar nas instalações é "um ato ilegal e antidemocrático", além de "um desrespeito de sportinguistas contra sportinguistas".
Entretanto, os jornalistas foram forçados a sair do hall de entrada do recinto pela segurança de Alvalade, apesar de aquele ser um espaço público.