Mecânicos têm múltiplas funções dentro das equipas e até dão uma ajuda na parte psicológica dos ciclistas na adversidade.
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São os primeiros a acordar e dos últimos a ir para a cama, depois de um frenesim diário onde nada pode falhar. Isto porque as responsabilidades dos mecânicos de uma equipa de ciclismo não se cingem apenas à manutenção das bicicletas. Dentro da estrutura, dão uma ajuda em quase tudo, inclusive na parte psicológica dos atletas.
“Por vezes, quando as coisas não correm bem na etapa, os ciclistas tentam dizer que a culpa foi da bicicleta [risos]. Na altura, até dizemos que sim, mas depois, mais a frio, falamos com eles e tentamos transmitir a confiança para que o dia seguinte seja melhor”, conta ao JN Miguel Vinhas, mecânico principal da equipa Efapel.
O responsável, de 36 anos, e com 15 ligados ao ciclismo, descreve que o seu dia começa às 7 da manhã. Além de supervisionar toda a logística relacionada com as bicicletas, antes e depois das etapas, ainda ajuda na limpeza e manutenção dos carros de apoio. “O trabalho só acaba já de noite, algumas vezes depois do jantar. Só descanso quando tudo está resolvido, para que o dia seguinte corra bem. A responsabilidade é grande”, completou.
Também por isso os êxitos e os dissabores dos ciclistas durante as corridas são igualmente sentidos pelos mecânicos. “Passamos tanto tempo juntos durante o ano que se criam laços fortes. Estou mais tempo com a equipa do que com alguns familiares. Por isso, todas as emoções são partilhadas”, concluiu Miguel Vinhas.