Um membro do Comité Olímpico Internacional foi detido e está em prisão preventiva por suspeita de participar numa rede de venda ilegal de bilhetes para os Jogos Rio2016.
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As autoridades do Rio de Janeiro detiveram Patrick Hickey, 71 anos, membro do Comité Olímpico Internacional (COI) e presidente do Comité Olímpico da Irlanda, esta quarta-feira, num hotel situado na barra da Tijuca. Uma juíza brasileira ordenou a sua prisão preventiva.
Por se ter sentido mal, o detido foi transportado para o hospital Samaritano da Barra, segundo a imprensa brasileira.
No âmbito da mesma investigação foram emitidos mandados de busca para mais sete pessoas, entre as quais um britânico e vários cidadãos irlandeses.
O COI reagiu defendendo a presumível inocência do dirigente irlandês. "Estamos a tratar de fundamentar os factos e ver o que aconteceu. Confiamos plenamente no sistema, mas temos de presumir a inocência de qualquer pessoa antes de a podemos acusar. Não temos mais a dizer, pois esperamos pelos resultados da investigação policial", disse o porta-voz do COI, Mark Adams.
"A polícia não pediu informações ao COI, mas quando o fizer vamos facultá-las. São acusações ao comité irlandês, sobre se eles retiveram 1.000 bilhetes e os venderam ilegalmente, mas a participação [de Hickey] não está provada. Cingimo-nos ao sistema de justiça, não há factos imputados", acrescentou.
A detenção segue-se a uma série de operações levadas a cabo pela polícia, contra aquilo que diz ser uma rede internacional de venda de bilhetes.
Segundo a investigação, o Comité Olímpico da Irlanda contratou a empresa Pro10 para vender os bilhetes no país mas os bilhetes foram passados à empresa THG, que os vendia a preços mais elevados. Um diretor da empresa, Kevin James Mallon, foi detido no passado dia 5.
A THG - da qual o filho de Hickey era funcionário - esteve licenciada para a revenda de bilhetes nos Jogos Londres2012 e Sochi2014 mas não estava credenciada para os jogos do Rio. "A Pro 10 foi criada para ser uma ponte para os esquema da THG", disse o inspetor Ricardo Barbosa, citado pelo portal de notícias da Globo.
A empresa THG vendeu bilhetes para a cerimónia de abertura a mais de sete mil euros mas nenhum dos 20 compradores conseguiram assistir ao evento no Maracanã. No hotel onde deveriam receber os ingressos, a policia surgiu e deteve Kevin James Mallon em flagrante.
A polícia do Rio de Janeiro disse ter confiscado cerca de mil bilhetes, os quais estavam a ser vendidos acima do valor de mercado, nomeadamente para os acontecimentos mais importantes, como a cerimónia de abertura. Alguns tinham o carimbo do Comité Olímpico da Irlanda.
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