Christian Merli, que no domingo ganhou a 43ª Rampa da Falperra, manifestou-se desagradado "com os constantes atrasos da prova", desejando que "não se repitam para o ano", mas a organização refere que o italiano e os outros pilotos "não têm razão".
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A edição deste fim de semana da principal prova de automobilismo de montanha, pontuável para o campeonato europeu, ficou marcada pelos protestos de vários pilotos, portugueses e estrangeiros, descontentes com a demora no início da subida da rampa.
Merli, após a quinta vitória na Rampa da Falperra, dizendo "estar feliz" e "ter sido muito difícil a vitória" no duelo com o francês Geoffrey Schatz, criticou "as excessivas demoras em começar as subidas, esperando-se que para o ano não se repitam".
"Este fim de semana o tempo de espera foi muito longo no 'paddock', o mais difícil foi preparar o carro, porque quer as subidas de treinos, quer as oficiais, foram muito longas nos seus tempos de espera, o que é bastante propício a incidentes", disse Merli.
O piloto italiano salientou que "deveriam começar as provas com os concorrentes do campeonato europeu", dado que tiveram de "esperar mesmo bastante tempo" para subir a rampa, "não estando em causa os pilotos dos campeonatos nacional e regional".
O piloto bracarense Sérgio Nogueira também considerou "haver um número muito elevado de pilotos inscritos, pelo que deveria haver prioridade para os campeonatos europeu e nacional, pois há pilotos que vêm de muito longe".
As críticas à organização também partiram da piloto Gabriela Correia, para quem "é ridículo e inadmissível" esperar "quatro horas" para a prova. "Os pilotos do europeu "passaram-se" literalmente com esta situação, isto não pode ser aceitável", atira.
Gabriela Correia entende que "deveriam ter limitado o número de inscrições dos pilotos e acabar com os 'drifts' e os 'guests'", tendo em conta que "esta é uma prova do campeonato europeu de montanha, (...) a mítica Rampa da Falperra".
O presidente da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), Ni Amorim, esteve presente no sábado, no primeiro dia das provas. No entanto, nessa altura de subidas de treinos, a série de atrasos nas partidas ainda não tinha começado.
Organizadores afirmam "serem atrasos normais"
O presidente do Clube Automóvel do Minho (CAM), Rogério Peixoto, que é o principal responsável da organização, rejeitou as críticas de todos os concorrentes, afirmando que estes atrasos são "normais" e que "os pilotos não têm razão".
"Em todas as provas do campeonato europeu de montanha há queixas dos pilotos, sendo que utilizamos os mesmos métodos que nas outras provas, por isso mesmo não vejo razões para essas queixas dos pilotos", declarou Rogério Peixoto.
Rogério Peixoto, comentando os protestos de vários concorrentes, salientou não haver razão "para as queixas dos pilotos, porque os atrasos ficaram a dever-se ao elevado número dos concorrentes", recordando ter havido um recorde de inscritos.
Para o presidente do CAM, "a única hipótese seria limitar o número de concorrentes", afirmando que pode ponderar essa solução para o próximo ano.
"Só sei dizer que a Rampa Internacional da Falperra é um fenómeno, bastando olhar para o muito público que aqui esteve, um recorde de assistentes, muito provavelmente, também, pelo que nós estamos todos de parabéns", acrescentou Rogério Peixoto.
Ainda segundo o presidente do Clube Automóvel do Minho (CAM), "essas pequenas quezílias" não o "afetam", tendo em conta que cumprem os regulamentos e que não podem "mudar as regras a meio do jogo".