Em entrevista à Lusa, em vésperas do Grande Prémio da Grã-Bretanha, Miguel Oliveira abordou uma época marcada por duas quedas aparatosas e acredita que a disputa pelo título no mundial de pilotos do MotoGP está longe de estar fechada.
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O piloto português Miguel Oliveira (Aprilia) considera que, com toda a tecnologia aplicada no MotoGP, um bom arranque representa mais de metade da importância de uma corrida.
"Neste momento, a [categoria de] MotoGP é um desafio para os pilotos e um desafio para as fábricas. Assim sendo, a posição de partida, um bom arranque ou um bom início de primeira volta evita mais do que 50% da corrida. É esse o desafio que todos têm em mãos, encontrar o equilíbrio para conseguir uma mota rápida, mas que também seja rápida atrás das outras", afirmou Miguel Oliveira, em entrevista à Lusa.
Até ao final da temporada de estreia na Aprilia, Miguel Oliveira ainda vai regressar a três pistas onde já venceu - Áustria, Indonésia e Tailândia -, sem que, por isso, lhe sejam favoráveis. "Dada a situação em que me encontro, não sei dizer se será sinónimo de conseguir um bom resultado. É sinónimo de uma pista que se adapta ao meu estilo e tenho de conjugar todos os fatores para que corram bem", advertiu.
"O balanço da primeira parte da temporada é difícil de fazer. Não consigo avaliar como positivo, nem negativo. Obviamente que houve momentos de muita frustração, porque as situações de abandono foram sempre causadas por terceiros, colisões com outros pilotos, incidentes de corrida, e que, realmente, ditaram um bocadinho daquilo que foi a minha participação em dois dos grandes prémios", admitiu o piloto natural de Almada.
Miguel Oliveira, de 28 anos, conta 27 pontos antes de retomar o Campeonato do Mundo, no fim de semana, com o Grande Prémio da Grã-Bretanha, muito por causa das lesões provocadas pelas quedas. Em Portimão, na abertura da temporada, sofreu uma lesão nos tendões da perna direita, e, em Jerez de la Frontera, em Espanha, na quarta corrida, fraturou o ombro esquerdo.
O mundial de pilotos é liderado, de forma destacada, por Francesco Bagnaia (Ducati), mas para o 'Falcão' as contas estão longe de estar fechadas. "O Bagnaia ainda não é campeão no mundo! Ainda há mais de metade dos pontos em jogo. É um campeonato supercompetitivo. Ele parece estar muito confortável agora, mas tudo pode acontecer. Espero que, se houver algum Grande Prémio para dividir, entre o Bagnaia e outro, que seja eu", referiu.