O piloto português Miguel Oliveira mostrou-se desagradado por ter sido "ultrapassado" pelo sul-africano Brad Binder na corrida para o lugar de piloto oficial da KTM no MotoGP da próxima época, permanecendo na Tech3, escuderia satélite da marca austríaca.
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Numa entrevista ao "motorsport.com", o luso é bastante crítico da decisão tomada pelos responsáveis da equipa. "Faz sentido para eles, mas é só para eles que faz sentido. Para mim, tendo já um ano de experiência como piloto de MotoGP, fazia mais sentido passar para a equipa oficial, mas para eles isso não faz mais sentido e é aí que estamos em desacordo. Mas respeito todas as decisões. O Mike [Leitner, manager da KTM] falou comigo e eu disse-lhe como me sinto, mas isso não fez diferença. Claramente, eles já tinham a decisão tomada e só me consultaram para eu perder tempo", avançou Miguel Oliveira.
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Com total franqueza e sem filtros, o piloto disse que chegou a pensar que a opção da KTM iria recair sobre Mika Kallio, escolhido para substituir Zarco interinamente, até ao final da presente época. Quando foi informado de que Brad Binder, antigo companheiro de equipa em Moto2, não quis acreditar. "Eu pensei que se fosse o Mika seria uma situação normal, porque eu construí uma boa relação com a Tech3 e não faria sentido mudar. Ao escolherem um 'rookie' [Binder], com a minha idade, faz sentir que eu não mereço estar lá [na equipa oficial]", atirou Miguel Oliveira, deixando pairar algumas dúvidas sobre o futuro: "Vamos ver o que reserva. O meu compromisso está totalmente aqui e irá permanecer o mesmo. Quanto ao futuro, a longo prazo não tenho ideia".
O espanhol Iker Lecuona, de 19 anos, será o companheiro de equipa do português Miguel Oliveira na próxima temporada, enquanto Binder, que compete atualmente em Moto2, saltará diretamente para a equipa oficial, ao lado do espanhol Pol Espargaró.
O alemão Pit Beirer, diretor geral da KTM, falou sobre as mudanças na equipa. "Decidimos deixar que os rapazes novos, cheios de vontade e com alguma experiência noutras categorias nos mostrassem o que conseguem fazer em MotoGP", afirmou, continuando: "O Iker vem para a Tech3 e estamos superconfiantes que o [francês] Hervé [Poncharal] e a sua equipa vão conseguir ajudar a crescer um estreante, como fizeram este ano com o Miguel. Sabemos que estamos a dar bons passos com o nosso projeto de MotoGP e, tendo agora a próxima época definida, podemos começar a escrever um novo capítulo", concluiu Pit Beirer.
Já o patrão da Tech3, Hervé Poncharal, acredita que esta "era a melhor formação" possível. Recorde-se que o atual patrão de Miguel Oliveira tinha insistido anteriormente com a KTM no sentido de manter o piloto português na equipa satélite da marca austríaca.