O piloto português Miguel Oliveira (KTM), que este domingo desistiu no Grande Prémio da Andaluzia de MotoGP devido a uma queda na primeira curva, acredita que poderia ter terminado "no pódio" a corrida do Mundial de velocidade de motociclismo.
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Em declarações difundidas pela equipa Tech3, pela qual alinha o piloto de Almada, Oliveira admitiu que foi "um fim de semana desapontante".
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"Depois de ver a corrida, podia ter terminado facilmente no 'top-5' ou no pódio, arrisco mesmo dizer", frisou.
Miguel Oliveira considerou que é "muito frustrante nem sequer ter começado a corrida devido ao incidente da primeira curva": "Tive azar, não havia nada que pudesse ter feito para evitar a queda. É a primeira curva, toda a gente está a tentar ganhar posições, pelo que é normal que às vezes se meça mal o ponto de travagem", explicou.
"Não tive um arranque fantástico. A embraiagem sobreaqueceu para sair da grelha e demorou muito tempo para voltar a embraiar. Ainda assim, não tinha perdido muitas posições, mas, na primeira curva, fui simplesmente abalroado pelo [Brad] Binder. Saí por cima da mota, felizmente, sem consequências físicas", contou.
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O piloto sul-africano acabou por pedir desculpas ao luso: "Falámos depois da corrida. Ainda não tinha visto as imagens. Veio com o Mike Leitner [diretor da KTM] pedir desculpas, culparam o [Danilo] Petrucci, mas ele disse que não lhe tocou. Foi um efeito dominó e fui eu o mais lesado", lamentou.
No entanto, o piloto, de 25 anos, lembrou que "há mais corridas este ano", pelo que esta desistência "não é o fim do mundo": "Guardamos os pontos positivos deste fim de semana e continuamos rumo ao próximo", concluiu.
A próxima corrida é o GP da República Checa, que se disputa no circuito de Brno, de 7 a 9 de agosto.
"Já vimos daquilo que somos capazes. Em Brno vai ser uma corrida diferente, vamos ter todos menos tempo para afinar as motas. A equipa está motivada. Este desfecho não nos deixa felizes, mas não nos deixa desmotivados", concluiu.
Queda deixa Miguel Oliveira em 13.º lugar no Mundial, Quartararo mais líder
Uma queda logo na primeira curva, após o toque de um adversário, deixou o português Miguel Oliveira (KTM) fora do Grande Prémio (GP) da Andaluzia de MotoGP, vencido pelo francês Fabio Quartararo (Yamaha), líder do campeonato.
Saindo do quinto lugar da grelha - a melhor posição da carreira na categoria rainha -, Miguel Oliveira perdeu duas posições no arranque, mas seria o companheiro da KTM, o sul-africano Brad Binder, a provocar a queda, com um toque na traseira da RC16 do piloto português, que caiu para o 13.º lugar do Mundial de velocidade de motociclismo
Miguel Oliveira não desistia devido a queda desde o GP da Grã-Bretanha de 2019, em 25 de agosto. Na altura, foi também o toque de um piloto KTM (o francês Johan Zarco) a provocar a queda, que lesionou o ombro direito do piloto luso.
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O piloto de Almada sofreu ainda uma queda nos treinos do GP da Austrália, que piorou a lesão no ombro e pôs um ponto final antecipado na temporada de estreia na categoria rainha do motociclismo mundial.
Desta vez, a queda não trouxe consequências físicas, mas pôs fim precoce a uma corrida para a qual tinha garantido a melhor qualificação desde que se estreou em MotoGP, mantendo os mesmos oito pontos com que chegou a esta segunda corrida do campeonato, mas baixando à 13.ª posição.
Tal como há uma semana, a corrida em Jerez de la Frontera ficou marcada pelas altas temperaturas do verão andaluz, que provocaram quedas e avarias.
Ao todo, oito pilotos abandonaram, incluindo as KTM de Brad Binder e do espanhol Iker Lecuona (ambos por queda), a Ducati do italiano Francesco Bagnaia e a Yamaha do ítalo-brasileiro Franco Morbidelli, por problemas mecânicos.
Indiferente aos problemas dos adversários esteve o francês Fabio Quartararo (Yamaha), que liderou desde o arranque, conquistando a segunda vitória consecutiva no campeonato e na carreira.
Quartararo é o segundo piloto mais jovem a conseguir duas vitórias consecutivas em MotoGP, apenas atrás do espanhol Marc Márquez (Honda), que falhou esta corrida por lesão.
"Esta foi difícil. Mas fiquei muito feliz", comentou o piloto, de 20 anos, que soma já 50 pontos no campeonato, depois de hoje ter cortado a meta em primeiro, com o tempo de 41.22,666 minutos, após 25 voltas.
Em segundo lugar, a 4,495 segundos, terminou o espanhol Maverick Viñales (Yamaha), que sofreu com o calor.
"Era impossível respirar. Estava arrasado. Nas últimas cinco voltas consegui forçar um pouco o ritmo", disse o piloto da Yamaha, que ainda conseguiu aproveitar um ligeiro erro do italiano Valentino Rossi (Yamaha) para chegar à segunda posição.
Aos 41 anos, Rossi já não subia ao pódio desde a terceira corrida de 2019, o GP das Américas, nos Estados Unidos. Fê-lo hoje, pela 235.ª vez na carreira, ao cortar a meta a 5,546 segundos de Quartararo.
"Vínhamos de um período muito mau. É muito bom regressar ao pódio. Para mim não é uma vitória, mas quase", garantiu o italiano.
Com estes resultados, Fabio Quartararo soma 50 pontos, mais 10 do que o segundo classificado, Maverick Viñales. O italiano Andrea Dovizioso (Ducati), que hoje foi sexto, é o terceiro no Mundial, com 26.