<p>José Eduardo Moniz acha que Rui Costa assumiu demasiado cedo responsabilidades no Benfica. Depois de ter rejeitado a entrada na corrida eleitoral, o director-geral da TVI adiantou ter "sondagens" que lhe davam a vitória. </p>
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Se José Eduardo Moniz sucedesse em Julho a Luís Filipe Vieira na presidência do Benfica, afastaria Rui Costa do futebol. O cenário está fora de hipótese, dado que o director-geral da TVI nem sequer vai a votos, mas, na sua opinião, o maestro devia estar a executar outras funções no clube, que não as de director desportivo.
"Rui Costa terá certamente valor, mas provavelmente foi lançado às feras antes de tempo", sustentou José Eduardo Moniz, em entrevista ao programa "Diga Lá Excelência", da Rádio Renascença, RTP2 e "Público", que ontem à noite foi transmitido no canal televisivo e hoje (12 horas) passa na estação radiofónica.
No dia seguinte ao anúncio de que não se apresentaria a sufrágio, o director-geral da TVI abordou a situação de Rui Costa no Benfica, defendendo que há outras pessoas que "estão muito bem apetrechadas" para desempenhar o cargo, que podem ou não estar no clube, mas que alegadamente "estariam disponíveis para colaborar e que tiveram sucesso no clube". No entanto, disse que Rui Costa é "um activo e uma referência do Benfica", pelo que "não pode ser dispensado".
Na entrevista, o director da TVI frisou que não foi por ter medo de perder que rejeitou a corrida eleitoral, admitindo que seria "fácil" ganhar as eleições e até tinha "sondagens" que lhe davam a vitória.
No entanto, Moniz assumiu que foi o desconhecimento da situação financeira do Benfica uma das razões que o levou a não entrar no acto eleitoral. "Havia a necessidade de perceber-se qual a real situação financeira do clube, quais os financiamentos existentes e as relações com a banca". Na sua opinião, não se podia vencer e, no dia seguinte, "concluir que não há dinheiro na tesouraria".
"Há três dias vi nos jornais o actual presidente a dizer que não precisa de vender jogadores, enquanto o vice-presidente dizia que tem de vender três por 60 milhões. Não sei quem tem razão...", questionou José Eduardo Moniz.
A questão dos direitos televisivos também foi abordada pelo ex-candidato a candidato. A propósito, disse conhecer as lógicas de funcionamento das negociações e estar habituado a ter relações com quem de direito, mas avisou que poderia ter "as melhores relações do mundo com essas pessoas e não conseguir nada...".