Em 5 de abril de 2006, o Benfica defrontou o Barcelona, no Camp Nou, nos quartos de final da Liga dos Campeões, após ter empatado (0-0), na primeira mão, no Estádio da Luz. O guarda-redes, Moretto, tornou-se num dos principais protagonistas da partida, após defender, aos cinco minutos, um penálti de Ronaldinho Gaúcho.
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Ainda assim, os encarnados acabaram por perder (0-2) e foram eliminados. Na altura, as águias eram orientadas por Ronald Koeman, treinador holandês que foi recentemente despedido do comando técnico dos blaugrana. Ao JN, o antigo guarda-redes lembrou o jogo e falou sobre as expectativas para hoje.
Que memoria guarda do jogo de 2006?
É uma partida que ficará sempre na minha cabeça. O favoritismo era todo do Barcelona, que viria a ser campeão europeu naquela temporada, mas fizemos um excelente jogo. Aliás, a primeira mão também foi muito boa. Demos uma excelente imagem do Benfica, apesar de termos sido eliminados.
Defendeu um penálti de Ronaldinho.
Naquele momento, a adrenalina estava a mil e tive a grande felicidade defender. Deu-me um grande gozo defender o penálti do Ronaldinho. Fiquei muito feliz na altura porque pude contribuir para a equipa se manter viva na partida. Aconteceu logo no início do jogo.
Ficou como um dos pontos altos da sua carreira.
É óbvio que foi importante. Era um grande Barça na altura, tinha o Deco e o Ronaldinho como o melhor do mundo. O Messi estava a começar, havia também Xavi, Iniesta, Etoo, sem dúvida era uma equipa de topo. Até hoje as pessoas me abordam na rua para falar sobre esse jogo, nunca se esqueceram, ficou marcado.
Hoje, o Barça é uma muito diferente?
Sim, completamente. Antes da primeira mão, disse a amigos que se o Benfica acreditasse tinha boas condições de vencer na Luz, o que acabou por acontecer. O Barça está muito mudado.
Entretanto, o treinador mudou, passou a ser Xavi Hernández.
Penso que isso não muda muito. O Benfica continua a ter condições de fazer mais um grande jogo e tem de acreditar. É óbvio que a chegada do Xavi mexeu com o clube, dá esperança, renova o ânimo, há mais confiança no balneário. Ele fez quase toda a carreira no Barça, conhece bem o clube mas o Benfica tem de acreditar como acreditou no primeiro jogo. De certeza que não vai ter as mesmas facilidades mas tem boas hipóteses de sair vitorioso.
Foi treinado por Koeman. Conhece-o bem, porque não singrou no Barcelona?
Por nada em especial. O problema é que o clube vive momentos muito conturbados, continua a haver uma revolução muito grande no plantel. A saída do Messi mexeu com tudo.
Voltando ao Benfica, a baliza está bem entregue a Vlachodimos?
Sem dúvida nenhuma. Tem feito grandes jogos, até contra o Bayern. Apesar da goleada foi o destaque da equipa, evitou um resultado mais pesado. O Helton também está bem, se precisar vai estar à altura.
Que balanço faz da sua passagem pelo Benfica?
Tenho boas recordações apesar de também ter vivido momentos negativos. No cômputo geral, foi um orgulho e até hoje sinto-me muito lisonjeado por ter estado cinco anos na Luz.