O treinador sueco Sven-Goran Eriksson morreu, nesta segunda-feira, depois de ter revelado em janeiro que padecia de um cancro terminal.
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Sven-Goran Eriksson antigo treinador de clubes como o Liverpool, a Lazio e o Benfica faleceu hoje durante a manhã, vítima de um cancro do pâncreas, revelou a família.
"Após uma longa doença, Sven-Goran Eriksson morreu durante a manhã em casa, cercado pela familia. Os enlutados mais próximos são a filha Lina, o filho Johan com a esposa Amana e a neta Sky; o pai Sven; a namorada Yanisette com o filho Alcides; o irmão Lars Erik com a esposa Jumnong. A família pede respeito por seu desejo de lamentar em privado e não ser contactada", explica a família.
"Tive uma vida boa. Acho que todos temos medo do dia em que morremos, mas a vida também envolve a morte. Tens de aprender a aceitá-lo como é. Espero que no final as pessoas digam, sim, ele era um bom homem, mas nem todos o dirão”, disse o sueco num documentário sobre a sua vida, que será divulgado em breve.
O treinador de 76 anos esteve em abril na Luz, onde foi homenageado pelos encarnados. "Espero que se lembrem de mim como uma pessoa positiva que fez tudo o que podia. Não se lamentem, sorriam. Obrigado por tudo, treinadores, jogadores, público, foi fantástico. Cuidem de vocês e das vossas vidas. E vivam-nas. Adeus ... ".
Homenagem do mundo do futebol
A informação de que Eriksson teria pouco tempo de vida mereceu uma onda de solidariedade e lembrança ao treinador, que chegou a ser homenageado presencialmente por alguns dos clubes pelos quais passou, desde o Gotemburgo à Sampdoria, mas também o Benfica.
Os 'encarnados' receberam o treinador no Estádio da Luz em abril, antes de um jogo europeu com o Marselha, para a Liga Europa, e Eriksson foi ovacionado de pé pelos adeptos, mas também por muitos jogadores que treinou e que estiveram nesse dia ao seu lado.
Toni, que foi seu adjunto, e futebolistas como Maniche, Rui Águas, César Brito, Humberto Coelho, Shéu Han, Filipovic, Valido, Veloso, João Alves, Vítor Paneira, Bastos Lopes, Valdo, Diamantino, Carlos Manuel ou Álvaro Magalhães foram alguns dos seus antigos jogadores que o ladearam, depois de lhe prestaram um corredor de honra, entre aplausos e cumprimentos.
"Eriksson: desde de 1982, até ao fim", escreveram os adeptos.
O sueco foi homenageado em outros estádios por onde treinou, depois de uma carreira que contou com passagens pela Lazio, a Sampdoria, a Fiorentina, a Roma, o Manchester City, o Leicester City, além do Benfica – onde esteve de 1982/83 a 1983/84 e de 1989/90 a 1991/92. Foi ainda selecionador de Inglaterra, Costa do Marfim, México e as Filipinas, no último cargo que desempenhou como treinador.
Passagem pelo Benfica
No Benfica, o treinador, trazido pelo empresário Borge Lantz, após a conquista da Taça UEFA com o Gotemburgo, revolucionou o futebol dos 'encarnados', com ideias inovadoras à época, e conduziu a equipa a três campeonatos (1982/83, 1983/84 e 1990/91), a uma Supertaça (1989/90) e a uma Taça de Portugal (1982/83).
Eriksson liderou também as 'águias' na final da Taça UEFA de 1982/83, perdida para o Anderlecht, em eliminatória a duas mãos, e na final da Liga dos Campeões de 1989/90, em que perdeu com o AC Milan (1-0), em Viena.
Os resultados na primeira passagem pelo Benfica levaram o treinador a ser cobiçado na Europa, levando-o em períodos distintos à Série A, como treinador da Roma, Fiorentina, Sampdoria e Lazio.