Miguel Oliveira (KTM) acelera para a quarta aventura na classe rainha. Primeiro Mundial pós Rossi vai ter o calendário mais longo da história.
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Novas motos, corridas e objetivos. O recomeço é mesmo assim. Uma estrada recheada de diversas oportunidades para repetir aquilo que no passado foi bem feito, mas também melhorar o que de mau aconteceu. E Miguel Oliveira não precisa de esperar mais para acelerar na quarta aventura na classe rainha. O Mundial de MotoGP está de regresso, amanhã, a partir das 15 horas, no Catar, com o piloto luso da KTM a procurar reforçar os recordes que só ele conseguiu com as cores lusitanas.
Na segunda temporada na equipa de fábrica da marca austríaca, o "Falcão" irá sair para pista acompanhado de três campeões do mundo - Marc Márquez (Honda), Joan Mir (Suzuki) e o atual detentor da coroa, Fabio Quartararo (Yamaha) -, numa edição que se espera das mais renhidas de sempre. Agora totalmente recuperado, depois de na ponta final da época passada ter sofrido uma fratura no pulso esquerdo que o limitou fisicamente, Oliveira demonstrou nos primeiros testes pré-época que consegue ser um dos mais rápidos em ritmo de corrida (série longa de voltas).
E ainda que publicamente não tenha assumido objetivos, há marcas que saltam imediatamente à vista: a possibilidade de melhorar a melhor classificação (9.º lugar em 2020), vencer mais do que duas corridas na mesma época (também em 2020 triunfou na Estíria e no Algarve) e completar mais do que 15 GP"s no mesmo ano, uma vez que esse é o número máximo de corridas em que chegou ao fim (2019).
Se há campeonato que quis provar que a pandemia provocada por um tal de coronavírus está superada, ele chama-se MotoGP. Ao longo de oito meses, o Mundial vai queimar pneus em 21 corridas, disputadas em cinco continentes e 17 países diferentes. Os destaques vão, obviamente, para as duas estreias: a primeira já a 20 de março, na pista Mandalika, na Indonésia. E a outra para o circuito de KymiRing, na Finlândia, que finalmente vai acolher uma prova (a 10 de julho).
Uma era pós-Rossi
Com poucas novidades, é verdade, a estratégia de tornar o calendário de 2022 o mais longo de sempre não é inocente. Sem o italiano Valentino Rossi, que durante mais de 20 anos foi o maior símbolo publicitário da modalidade, o MotoGP vê-se confrontado com o dilema de como captar atenções de forma tão eficiente como "Il Dottore" fez ao longo de gerações. A resposta talvez passe pelo regresso de Marc Márquez e das longas disputas que se anteveem com Quartararo, Bagnaia... e até mesmo Miguel Oliveira. Resta ao fãs arranjarem um lugar confortável para assistir, porque talento e motivação em 2022 não vão faltar.