Registo 100% vitorioso do treinador português em finais europeias à prova contra adversário também invencível.
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Ainda bem que a história não joga, caso contrário estaria num impasse, depois de passar a última noite em claro, sem saber para onde se virar, indecisa entre o invencível Sevilha e o invencível José Mourinho, que chegam a Budapeste, palco da decisão Liga Europa, sem terem conhecido qualquer derrota em finais europeias. Depois de hoje, contudo, apenas um deles conservará essa aura impressionante e intimidatória: se for o grande treinador português, então a Roma vingará a final perdida em 1991 para o Inter de Milão e ganhará um troféu continental em épocas seguidas, depois da Liga Conferência há um ano.
Nem de propósito - um sinal, talvez -, fez este mês 20 anos que Mourinho venceu a primeira final, curiosamente em Sevilha, onde levou o F. C. Porto à vitória na Taça UEFA (3-2 ao Celtic). Duas décadas depois, aí está ele, ainda ao mais alto nível e às portas de fazer mais história. Vencer a sexta final coloca-o ao nível de Alex Ferguson e Giovanni Trapattoni, os outros que conquistaram seis títulos europeus, apenas superados por Carlo Ancelotti (8) e fará dele o primeiro a ganhar a Liga Europa/Taça UEFA por três clubes diferentes. "Isso não é algo que me preocupe. Nesta fase da minha carreira só penso na felicidade que posso dar aos adeptos. A história não ganha jogos. As pessoas pensam que o Real Madrid ganha todas as finais, ou que o Sevilha vence todas as finais... mas a história não ganha jogos", frisou "Mou", na antevisão ao duelo no Puskás Aréna (20 horas).
Quem também nunca perdeu nenhuma final europeia é José Luis Mendilibar, neste caso é porque nunca jogou uma. O treinador espanhol, de 62 anos, só chegou a Sevilha há pouco mais de dois meses, tirou os clubes da parte aflitiva da La Liga, levou-o a esta final, deixando pelo caminho Manchester United e Juventus, e agora pode conquistar o primeiro grande troféu da carreira. E talvez não exista clube melhor para isso, já que o Sevilha procura a sétima taça da Liga Europa, cimentando o próprio recorde, depois de ter sido feliz nas seis finais que disputou, em 2006, 2007, 2014 (ao Benfica), 2015, 2016 e 2020. Segue-se Mourinho: só uma invencibilidade ficará de pé.