Julgamento do ex-presidente da federação espanhola de futebol por beijo na boca a Jenni Hermoso terminou esta quarta-feira.
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O Ministério Público espanhol manteve, esta quarta-feira, o pedido de dois anos e meio de prisão para o antigo presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) Luis Rubiales, pelo beijo à jogadora Jenni Hermoso no Estádio de Sydney em 2023, após a final do Mundial feminino que a Espanha conquistou.
No final do julgamento, que decorreu em San Fernando de Henares, nos arredores de Madrid, o Ministério Público manteve o pedido de condenação que já tinha feito nas alegações iniciais.
"Foi um beijo não consentido. Penso que, após o exame, não há dúvida nenhuma", disse a procuradora Marta Durántez Gil durante as conclusões do julgamento, que destacou a "total coerência" de Jenni Hermoso entre o que contou sobre este caso e o seu comportamento "imediato e posterior" ao episódio, condenando ainda que, em 2025, se continue a questionar "vítimas de agressão sexual" por celebrarem ou se rirem, numa referência a vídeos da celebração da vitória a seleção feminina de Espanha no Mundial de 2023, na Austrália.
Luis Rubiales começou a ser julgado a 3 de fevereiro por agressão sexual por causa do beijo a Jenni Hermoso no Estádio de Sydney, no momento em que as jogadoras da seleção de Espanha eram felicitadas por diversas autoridades e recebiam as medalhas de campeãs do mundo, título que acabavam conquistar.
Rubiales foi ainda julgado por coerção, juntamente com o ex-diretor da seleção masculina de Espanha Albert Luque, o então selecionador Jorge Vilda e o antigo diretor de marketing da federação Ruben Rivera, por alegadas pressões sobre a jogadora.
Para os restantes três acusados, o Ministério Público manteve também hoje o pedido de um ano e meio de prisão para cada, por um delito de coerção, por causa de alegadas pressões sobre Jenni Hermoso, familiares e amigos da jogadora para que desvalorizasse publicamente o beijo que lhe deu Rubiales.