A festa está garantida. No café de S. Vitor, Braga, haverá porco no espeto e todos os condimentos para receber Emanuel Silva, após a glória de Londres. Ania Kosa, nascida na Polónia, garante que o seu homem, Emanuel, terá a recepção merecida.
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Enquanto preparava as diárias que serve no estabelecimento, atendia chamadas de familiares e disfarçava as lágrimas de alegria com um sorriso largo.
A "prisão" que é ter um restaurante impediu-a de acompanhar a prova, em Londres. "À distância ainda se sofre mais. Fico toda a tremer, mas o Emanuel já me disse que fico assim porque estou à espera de medalhas. Sei que podemos ganhar e por isso fico nervosa", relata Ania Kosa.
Na hora da consagração, Ania não esquece "todo o sacrifício que o Emanuel dedica, com estágios e longos períodos longe da família. Não tem feriados, nem fins de semana. Sempre a trabalhar. Como eu aqui, no restaurante", sublinhou, preocupada com o atraso para preparar o almoço dos clientes.
A história de Emanuel e Ania é também uma lição de amor. Conheceram-se em 2004, numa prova em que Emanuel preparava a participação nos Jogos de Atenas. Foi amor à primeira vista e, após os Jogos, Ania aterrava em Portugal. No dia seguinte chegava Emanuel ao aeroporto e Ania confessa: "nunca tinha visto nada igual. Era uma loucura, com centenas de pessoas a recebê-lo. Agora será igual e bem merece, porque ele trabalha muito, tal como o colega dele", garante Ania já esperançada na subida ao primeiro lugar, dentro de quatro anos, no Rio de Janeiro.
"Eles corriam sozinhos. Agora juntaram-se e fazem uma dupla muito forte. Os que ganharam já correm há muitos anos, por isso estão mais sincronizados. O Emanuel e o Fernando ainda têm muito futuro pela frente", antevê Ania.