O primeiro dia do Mundial 2022 teve uma cerimónia de abertura sem sal, palavras de circunstância pouco condizentes com a realidade, um jogo medíocre e adeptos cataris a abandonar o estádio muito antes do apito final.
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No fundo, se se esperava que, quando se fizesse ouvir, a bola calaria 12 tristes anos, as expectativas saíram furadas. No meio de tudo isto, uma vitória sem espinhas do Equador sobre uma frágil seleção anfitriã (0-2), com o Catar a ser o primeiro país organizador a perder o jogo inaugural, no caso o 901 na história dos mundiais.
Enner Valencia, pupilo de Jorge Jesus no Fenerbahçe e que cresceu a vender leite e a ordenhar vacas, é a primeira grande figura da competição: foram dele os dois primeiros golos.
Antes do festival de Valencia, o espetáculo visual e musical do costume (quase sem mulheres envolvidas, pelo menos que se vissem, e apenas com protagonistas masculinos), desta vez com o ator Morgan Freeman como estrela principal. Ao lado de Ghanim Al Muftah, um ativista que nasceu com Síndrome de Regressão Caudal, trocaram palavras sobre união, inclusão e diversidade, algo tão estranho ao Catar.
"O futebol une as nações e o seu amor pelo belo jogo. O que une as nações também une as comunidades", disse o grande artista americano. Depois, foi a vez de Tamim bin Hamad Al Thani, emir do Catar, assegurar que o país "fez todos os esforços para o bem da humanidade", reiterando que "pessoas de diferentes orientações, nacionalidades, estados e continentes são bem-vindas".
Em resposta, os adeptos do Equador, que ficaram no estádio até ao fim do jogo, ao contrário de muitos cataris, que desmobilizaram ao intervalo, cantaram "Queremos cerveja!". Pelo menos, foi tudo pacífico, ao contrário do que sucedeu na "Fan Zone" em Doha, palco de confusão, mesmo estando sob a guarda de polícia de choque.