O Mundial do Catar, que fechou com chave de ouro com uma final louca ganha pela Argentina à França, mas que será por muitos recordado pelos atropelos aos direitos humanos perpetrados pelo país organizador, já lá vai, abrindo-se um novo capítulo na história dos campeonatos do Mundo.
Corpo do artigo
Daqui a quatro anos, em 2026, a mais importante competição de seleções do globo será disputada em três países do continente americano: Estados Unidos, Canadá e México. A candidatura "United2026" suplantou a de Marrocos, que também desejava organizar o 23.º Campeonato do Mundo da história.
Nunca um Mundial teve tantos organizadores, nem tantas seleções a participar. No total serão 48, mais 16 do que aquelas que estiveram presentes no Catar.
Com os três países organizadores automaticamente apurados, estarão em discussão 45 vagas nas diferentes fases de qualificação, que apurarão 16 seleções europeias, nove africanas, oito asiáticas, seis da América do Sul, três da América do Norte e uma da Oceânia, que até aqui não tinha direito a uma vaga direta. A estas juntar-se-ão ainda duas seleções provenientes dos play-off intercontinentais.
Sete edições depois, a FIFA decide mexer nos critérios de apuramento para a fase final da competição, alargando de forma abrupta o número de equipas apuradas. Com isso, abre caminho a uma revolução que poderá mudar por completo a face do torneio.
Em aberto continua o formato competitivo a adotar na fase de grupos, que tanto poderá ter 12 grupos de quatro equipas (apuram-se os dois primeiros classificados e os oito melhores terceiros), 16 grupos compostos por três seleções (apuram-se os dois primeiros classificados) ou, numa ideia ainda mais radical, dividir os países apurados em apenas dois grupos de 24 equipas.
As possibilidades foram admitidas, ainda no Catar, por Arsène Wenger, antigo treinador e atual diretor do Departamento de Desenvolvimento do futebol da FIFA. "Quem vai decidir isso é o Conselho da FIFA, no próximo ano", pormenorizou o francês.
Certo é que a fase a eliminar será mais extensa do que o habitual. Ao contrário do que acontecia até aqui, com as equipas a avançarem da fase de grupos para os oitavos de final, em 2026 o "mata-mata" começa nos 16 avos-de-final, acrescentando um jogo a cada seleção que supere a fase inicial do torneio.
Comparativamente com o que aconteceu no Catar, dobra o número de estádios em que a competição se irá desenrolar, passando de oito para 16.
11 deles estão em território norte-americano (Los Angeles, Nova Iorque, Boston, Dallas, Kansas City, Miami, Houston, Atlanta, Filadélfia, Seattle e San Francisco), aos quais se juntam três no México (Cidade do México, Monterrey e Guadalajara) e dois no Canadá (Vancouver e Toronto).
O "United2026" marcará, ainda, o regresso ao calendário habitual dos campeonatos do Mundo, com a prova a desenrolar-se entre os meses de junho e julho. No Catar, o Mundial disputou-se entre novembro e dezembro devido às elevadas temperaturas registadas naquele país durante o verão.
A teoria do crescimento contínuo apanhou, enfim, a competição que qualquer jogador sonha, um dia, conquistar. Com tanto em disputa, entre a glória eterna no reino da bola e as cada vez maiores fortunas em jogo, tal era inevitável, mas estará o futebol preparado para tanto? Os craques responderão a isso e a muito mais, daqui a quatro anos.